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Negócios Iniciativas | Mais energia renovável e consumo de energia em 2030

Está prevista uma alteração substancial nos consumos de energia, impulsionada pelo aparecimento de grandes consumidores intensivos, como indústrias de elevado consumo energético e data centers, com destaque para a região de Sines.

13 de Janeiro de 2025 às 14:30
Duarte Roriz
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O Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC-2030) foi revisto, destacando-se o aumento significativo da meta de energia renovável. Prevê-se que, em 2030, 93% do total de energia produzida em Portugal provenha de fontes renováveis, superando os 80% anteriormente projetados. "Para se atingir os 93%, significa que teremos uma estrutura de produção bastante mais desenvolvida e cada vez mais assente em tecnologias renováveis, com maior peso da energia eólica e solar", afirmou João Faria Conceição, administrador executivo da REN. Contudo, alertou para a necessidade de assegurar a sustentabilidade económica deste processo, sublinhando que "se os custos forem desproporcionados, as metas acabam por não ser atingidas, porque, economicamente, ninguém estará disposto a pagar para esse objetivo".

Vamos ter uma estrutura de produção de energia bastante mais desenvolvida e cada vez mais assente em tecnologias renováveis, com maior peso da energia eólica e solar.

"O crescimento do consumo de eletricidade será impulsionado pelo aparecimento de grandes consumidores industriais.
João Faria Conceição
Administrador Executivo da REN

Em termos técnicos, João Faria Conceição destacou a volatilidade das fontes renováveis, como a eólica, a solar e a hídrica, que dependem de condições naturais como o vento, o sol ou a chuva. "Com as tecnologias tradicionais, bastava ter a matéria-prima, como os hidrocarbonetos, e as centrais em operação produziam o necessário. Agora temos que aprender a gerir esta volatilidade, onde os consumidores podem desempenhar um papel ativo, ajustando o seu consumo em função da disponibilidade de energia, seja aumentando o consumo em períodos de excesso de produção ou diminuindo quase em tempo real", explicou.

Nem excesso, nem defeito

O Plano Nacional de Energia e Clima prevê também um aumento substancial no consumo de eletricidade em Portugal, passando dos atuais 50 terawatts para 90 terawatts em 2030. "Este crescimento será impulsionado pelo aparecimento de grandes consumidores industriais em áreas muito específicas", referiu João Faria Conceição, dando como exemplo Sines, onde se desenvolvem atividades como a produção de amoníaco, petroquímica e baterias, entre outras. Uma das características destes setores é o seu consumo contínuo ao longo do ano.

Espera-se que 93% da energia produzida no país, em 2030, venha de fontes renováveis.

Além disso, o setor das telecomunicações, com a crescente necessidade de data centers, representa outra fonte de consumo intensivo de energia. Este aumento na procura implicará transformações significativas no setor energético, especialmente na expansão e reforço das redes de transporte e distribuição. O administrador executivo da REN alertou para a importância de acompanhar esta evolução com cautela, evitando sobreinvestimentos. "Os 90 terawatts são uma previsão. É fundamental não cair no excesso de otimismo, mas também não esperar que esse consumo se concretize para reagir. Nem excesso, nem atraso na resposta", concluiu.

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