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Negócios Iniciativas | José Roque: “A transição energética é um desígnio de todos”

A Península Ibérica tem condições muito propícias à produção de hidrogénio verde, o que poderá aumentar a competitividade em 24%, com um impacto no PIB nacional entre 11% e 20%.

Bruno Colaço
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"A digitalização é, basicamente, fazermos mais com menos: usarmos as ferramentas, a tecnologia e os sistemas que temos à nossa disposição para conseguir ir um pouco mais longe, como os modelos de inteligência artificial, que trabalham os dados e nos ajudam a olhar para o futuro com modelos preditivos, seja na gestão de ativos, na antecipação de eventos climáticos extremos ou na antecipação do consumo elétrico, para assegurarmos que a geração elétrica existe para cumprir com essa procura", referiu José Roque, partner na EY Portugal, líder do segmento de energia.


A digitalização está a ser intensamente utilizada pela indústria e, ainda recentemente, a EY realizou um projeto de gestão da vegetação para o operador de rede de distribuição, no qual utilizou modelos de big data e fontes como imagens e ordens do terreno. Criaram dois modelos: um com a previsão do crescimento da vegetação em torno das redes de distribuição de alta tensão e de média tensão, e um segundo modelo para identificar o risco de a vegetação entrar em contacto com as linhas. "Tudo o que conseguirmos aplicar destas novas tecnologias para sermos mais rápidos, atingir objetivos e resolver os desafios da transição energética é algo que temos de continuar a agarrar", salientou José Roque.

O potencial renovável
O partner da EY sublinhou ainda que o armazenamento de energia, sobretudo em baterias, é um dos pilares da transição energética, que tem registado avanços significativos no Reino Unido e na Austrália, esta última com uma rede muito desconectada, para fazer face à variabilidade das fontes de energia renováveis. "O sol nem sempre está presente, assim como o vento, mas, quando estão ativos, devemos capturar a energia. Muitas vezes, o desafio no setor energético é este encontro entre o consumo e a oferta em tempo real. As baterias dão-nos aqui uma janela temporal para conseguirmos efetivar isso com a energia renovável", disse José Roque.

A transição energética é um desígnio de todos. Para Portugal, é uma oportunidade que não pode deixar escapar, pois, se conseguir utilizar as fontes de energia renováveis, que são endógenas, não necessita de ir buscar ao exterior a energia para reindustrializar e para fazer avançar o crescimento do país.
José Roque
Partner EY Portugal, Líder do Segmento de Energia

"A transição energética é um desígnio de todos. Para Portugal, é uma oportunidade que não pode deixar escapar, pois, se conseguir utilizar as fontes de energia renováveis, que são endógenas, não necessita de ir buscar ao exterior a energia para reindustrializar e para fazer avançar o crescimento do país", concluiu José Roque. Referiu ainda um estudo recente, feito por uma consultora, que analisou o potencial impacto das energias renováveis. A Península Ibérica tem condições endógenas, como o sol e o vento, e, ainda, condições muito propícias à produção de hidrogénio verde, o que poderá aumentar a competitividade em 24%, com um impacto no PIB entre 11% e 20%. "É uma oportunidade grande demais para desperdiçar e para não estarmos todos alinhados neste objetivo", reforçou.

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