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Os trabalhos da segunda edição do Observatório: O Imobiliário em Portugal começaram com um confronto: "Turismo versus Habitantes locais". Como se gere esta questão?
"As pessoas têm de viver nas cidades. Temos de conservar a cidade boa para os seus habitantes. Só assim é também uma cidade boa para o turismo", começou por posicionar Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
O debate acabou por se centrar em Lisboa. A 18 de Outubro no Palácio Foz, também a autarquia e o alojamento local foram chamados a dar o seu contributo.
Lisboa conta com "quatro sectores essenciais" na sua estratégia", começou o vereador para o Urbanismo na autarquia da capital, Manuel Salgado.
"Para nós é um erro apostarmos na monocultura do turismo", lembrou. Quais são os outros três? Imobiliário, serviços de apoios a empresas e empreendedorismo.
Por isso mesmo, o Web Summit lá acabou por vir à baila. É que um dos maiores eventos de inovação do mundo estreia-se em Novembro na capital portuguesa.
E, com essa necessidade, resolvem-se outros problemas. Por exemplo, com a ocupação de Alfama, onde predominam habitações com menos de 60 metros quadrados, que não estão preparadas para receber famílias.
Manuel Salgado também não deixa de fora um cenário de conversão das casas destinadas a alojar turistas. "A grande vantagem do alojamento local é que recupera imóveis. Hoje são turistas, amanhã podem ser residentes permanentes", argumenta.
O alojamento local, representado por Eduardo Miranda, mostrou disponibilidade para essa alteração. O presidente da ALEP não deixou de falar dos conflitos criados por esta actividade, que acredita serem escassos junto da população.
"O impacto [mediático] é muito menor que a realidade. Mas se deixarmos a bolha crescer, ganha proporções desmedidas", lamentou. Para Eduardo Miranda, o envolvimento com as comunidades é uma das chaves para acabar com os mitos.
Cristina Siza Vieira aplaude a "estratégia de intervenção" em Lisboa, com público e privado a trabalharem no sentido da melhoria do espaço público e na reabilitação de edifícios. Isso, só por si, é motivo para captar mais visitantes. Basta acrescentar-lhe uma oferta diversificada.
Lisboa tem de ser cada vez mais uma cidade do mundo. Manuel Salgado recordou que só na freguesia de Arroios existem mais de sete mil cidadãos estrangeiros registados e que outra realidade em afirmação na capital é a dos residentes não permanentes.
"Estamos num processo de transformação da cidade de Lisboa. Este processo de transformação é imparável e irreversível", conclui o vereador.
Lisboa segue o ritmo de crescimento da actividade turística em Portugal. De Janeiro a Agosto, a área metropolitana de Lisboa recebeu 3,8 milhões de hóspedes e 8,8 milhões de dormidas, subidas na ordem dos 7%.
Também os turistas a entrar em Portugal através do aeroporto Humberto Delgado está a aumentar quase 9%. De Janeiro a Agosto, foram 7,4 milhões a escolher aquela infra-estrutura, mostram os dados da ANA Aeroportos.
"As pessoas têm de viver nas cidades. Temos de conservar a cidade boa para os seus habitantes. Só assim é também uma cidade boa para o turismo", começou por posicionar Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
O debate acabou por se centrar em Lisboa. A 18 de Outubro no Palácio Foz, também a autarquia e o alojamento local foram chamados a dar o seu contributo.
Lisboa conta com "quatro sectores essenciais" na sua estratégia", começou o vereador para o Urbanismo na autarquia da capital, Manuel Salgado.
"Para nós é um erro apostarmos na monocultura do turismo", lembrou. Quais são os outros três? Imobiliário, serviços de apoios a empresas e empreendedorismo.
Por isso mesmo, o Web Summit lá acabou por vir à baila. É que um dos maiores eventos de inovação do mundo estreia-se em Novembro na capital portuguesa.
A grande vantagem do alojamento local é que recupera imóveis. Hoje são turistas, amanhã podem ser residentes permanentes. Manuel Salgado Vereador para o Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa
"Se o Web Summit tiver o sucesso que esperamos, que nos permita aumentar a comunidade de empreendedores estrangeiros fixados em Lisboa, eles vão ter de encontrar algum lugar para viver", exemplificou.E, com essa necessidade, resolvem-se outros problemas. Por exemplo, com a ocupação de Alfama, onde predominam habitações com menos de 60 metros quadrados, que não estão preparadas para receber famílias.
Manuel Salgado também não deixa de fora um cenário de conversão das casas destinadas a alojar turistas. "A grande vantagem do alojamento local é que recupera imóveis. Hoje são turistas, amanhã podem ser residentes permanentes", argumenta.
O alojamento local, representado por Eduardo Miranda, mostrou disponibilidade para essa alteração. O presidente da ALEP não deixou de falar dos conflitos criados por esta actividade, que acredita serem escassos junto da população.
"O impacto [mediático] é muito menor que a realidade. Mas se deixarmos a bolha crescer, ganha proporções desmedidas", lamentou. Para Eduardo Miranda, o envolvimento com as comunidades é uma das chaves para acabar com os mitos.
Cristina Siza Vieira aplaude a "estratégia de intervenção" em Lisboa, com público e privado a trabalharem no sentido da melhoria do espaço público e na reabilitação de edifícios. Isso, só por si, é motivo para captar mais visitantes. Basta acrescentar-lhe uma oferta diversificada.
Lisboa tem de ser cada vez mais uma cidade do mundo. Manuel Salgado recordou que só na freguesia de Arroios existem mais de sete mil cidadãos estrangeiros registados e que outra realidade em afirmação na capital é a dos residentes não permanentes.
"Estamos num processo de transformação da cidade de Lisboa. Este processo de transformação é imparável e irreversível", conclui o vereador.
Lisboa segue o ritmo de crescimento da actividade turística em Portugal. De Janeiro a Agosto, a área metropolitana de Lisboa recebeu 3,8 milhões de hóspedes e 8,8 milhões de dormidas, subidas na ordem dos 7%.
As pessoas têm de viver nas cidades. Temos de conservar a cidade boa para os seus habitantes. Só assim é também uma cidade boa para o turismo. Cristina Siza Vieira Presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP)
Nos primeiros oito meses de 2016, o sector registou proveitos de 566 milhões de euros nesta região, mais 11% que em termos homólogos. A taxa de ocupação fixou-se nos 72,2%, com uma receita por quarto superior a 58 euros. Os números são do Instituto Nacional de Estatística (INE).Também os turistas a entrar em Portugal através do aeroporto Humberto Delgado está a aumentar quase 9%. De Janeiro a Agosto, foram 7,4 milhões a escolher aquela infra-estrutura, mostram os dados da ANA Aeroportos.