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Barcelona e Madrid. Gonzalo Bernardos Domínguez serve-se destas duas cidades do seu país para traçar cenários mais gerais e que, de certa forma, acabam por se adaptar ao contexto português.
O que se passa então em Madrid e Barcelona? Dois fenómenos: "os estrangeiros e os ricos que não sabem o que fazer com o seu dinheiro". É que estas cidades espanholas, comparando com Londres, Paris ou Roma, têm um preço barato. "E os investidores deixam-se levar pela emoção".
"Se tens algo no centro da cidade é tempo de vender. Porque há pouca margem para o mercado se desenvolver daqui em diante", alerta o professor de Economia da Universidade de Barcelona - cidade que recebe mais turistas que todo o Brasil, oito milhões por ano, e exemplo frequente de pressão turística e imobiliária.
Se fosse investidor, a sua garantia é de que "não colocaria um euro em Barcelona ou Madrid". Nesta altura, está bom para vender e não para comprar, o retorno futuro não pode ir muito mais longe nestas localizações. Onde está então esse potencial?
3.667
Barcelona
O preço médio de venda em Barcelona no terceiro trimestre de 2016 foi de 3.667 euros por metro quadrado.
2.945
Lisboa
O preço médio de venda em Lisboa no terceiro trimestre de 2016 foi de 2.945 euros por metro quadrado. São menos 722 euros que Barcelona.
3,8%
Barcelona
O preço de venda em Barcelona subiu 3,8% em relação ao trimestre anterior.
8,4%
Lisboa
O preço de venda em Lisboa subiu 8,4% em relação ao trimestre anterior. Todos os dados são do portal imobiliário Idealista.
"A oportunidade está agora nos terrenos. Há imensa gente que não está a ver essa oportunidade de tão centrada que está em Madrid e Barcelona, que é onde sobem os preços". Há margens de retorno maiores em outras cidades como Valência, Bilbao ou Málaga. Até porque estes pontos não tendem, nesta fase, a despertar os radares do investimento. A ideia é ver o potencial e apostar antes que os outros dêem conta.
Foram os conselhos que o especialista em imobiliário deixou na segunda edição do Observatório: O Imobiliário em Portugal. Olhando para o mercado nacional, considera o Porto uma localização mais interessante para investir do que Lisboa. E é o preço a ditar a preferência.
Numa altura em que a fiscalidade sobre o sector imobiliário se discute - com a proposta para um novo imposto sobre o património acima dos 600 mil euros prevista no Orçamento do Estado para 2017 - Gonzalo Bernardos Domínguez defende que alterações constantes a esse quadro só deixam os investidores estrangeiros mais desconfiados quanto à sua vontade de avançar.
Antes de encontrada uma solução governativa em Espanha, o académico lembrava: "Não temos Governo e é uma maravilha. Qual é o segredo? O segredo está em não fazer nada". Lógica que também se poderia aplicar em Portugal, compara.
Em território luso, o espanhol gostaria de ver em marcha "um projecto" para o ordenamento turístico e imobiliário das cidades, embora acredite que dificilmente aqui se assistirá a um "boom" capaz de questionar a sustentabilidade destas actividades como em Barcelona. "Vamos ver como se porta o novo Governo português", conclui, deixando o mote.
Gonzalo Bernardos Domínguez é defensor da ideia dos centros das cidades convertidos numa "grande atracção turística" perante as novas dinâmicas do sector. Em Lisboa, a zona ribeirinha poderia funcionar como ponto de partida para toda esse processo de reorganização da cidade, sugere.
O que se passa então em Madrid e Barcelona? Dois fenómenos: "os estrangeiros e os ricos que não sabem o que fazer com o seu dinheiro". É que estas cidades espanholas, comparando com Londres, Paris ou Roma, têm um preço barato. "E os investidores deixam-se levar pela emoção".
"Se tens algo no centro da cidade é tempo de vender. Porque há pouca margem para o mercado se desenvolver daqui em diante", alerta o professor de Economia da Universidade de Barcelona - cidade que recebe mais turistas que todo o Brasil, oito milhões por ano, e exemplo frequente de pressão turística e imobiliária.
Se fosse investidor, a sua garantia é de que "não colocaria um euro em Barcelona ou Madrid". Nesta altura, está bom para vender e não para comprar, o retorno futuro não pode ir muito mais longe nestas localizações. Onde está então esse potencial?
3.667
Barcelona
O preço médio de venda em Barcelona no terceiro trimestre de 2016 foi de 3.667 euros por metro quadrado.
2.945
Lisboa
O preço médio de venda em Lisboa no terceiro trimestre de 2016 foi de 2.945 euros por metro quadrado. São menos 722 euros que Barcelona.
3,8%
Barcelona
O preço de venda em Barcelona subiu 3,8% em relação ao trimestre anterior.
8,4%
Lisboa
O preço de venda em Lisboa subiu 8,4% em relação ao trimestre anterior. Todos os dados são do portal imobiliário Idealista.
"A oportunidade está agora nos terrenos. Há imensa gente que não está a ver essa oportunidade de tão centrada que está em Madrid e Barcelona, que é onde sobem os preços". Há margens de retorno maiores em outras cidades como Valência, Bilbao ou Málaga. Até porque estes pontos não tendem, nesta fase, a despertar os radares do investimento. A ideia é ver o potencial e apostar antes que os outros dêem conta.
Foram os conselhos que o especialista em imobiliário deixou na segunda edição do Observatório: O Imobiliário em Portugal. Olhando para o mercado nacional, considera o Porto uma localização mais interessante para investir do que Lisboa. E é o preço a ditar a preferência.
Numa altura em que a fiscalidade sobre o sector imobiliário se discute - com a proposta para um novo imposto sobre o património acima dos 600 mil euros prevista no Orçamento do Estado para 2017 - Gonzalo Bernardos Domínguez defende que alterações constantes a esse quadro só deixam os investidores estrangeiros mais desconfiados quanto à sua vontade de avançar.
Antes de encontrada uma solução governativa em Espanha, o académico lembrava: "Não temos Governo e é uma maravilha. Qual é o segredo? O segredo está em não fazer nada". Lógica que também se poderia aplicar em Portugal, compara.
Em território luso, o espanhol gostaria de ver em marcha "um projecto" para o ordenamento turístico e imobiliário das cidades, embora acredite que dificilmente aqui se assistirá a um "boom" capaz de questionar a sustentabilidade destas actividades como em Barcelona. "Vamos ver como se porta o novo Governo português", conclui, deixando o mote.
Gonzalo Bernardos Domínguez é defensor da ideia dos centros das cidades convertidos numa "grande atracção turística" perante as novas dinâmicas do sector. Em Lisboa, a zona ribeirinha poderia funcionar como ponto de partida para toda esse processo de reorganização da cidade, sugere.