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Papel do "chairman" é vulgarizado em Portugal

António Horta Osório acredita que em Portugal se dá um peso excessivo aos presidentes executivos e vulgariza-se o papel que o “chairman” deve ter.

Alexandra Machado amachado@negocios.pt 20 de Abril de 2015 às 00:01
Miguel Baltazar/Negócios
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Nunca um regulador, em Portugal, fala com o "chairman" ou com os administradores não executivos, ou ainda, com os presidentes dos comités, elementos que têm a responsabilidade de fiscalizar a gestão. Esta foi, pelo menos, a experiência de António Horta Osório em Portugal, acrescentando que em Inglaterra não é assim. Um exemplo para falar do problema de governo das sociedades que existe em Portugal, onde "damos excessivo poder ao presidente executivo e o papel do ‘chairman’ é muitas vezes vulgarizado".


O banqueiro, que está a presidir, em Inglaterra, aos Lloyds Bank, pede uma reflexão sobre o modelo de governo de sociedades praticado em Portugal. E para confirmar o que diz, aponta os casos do Banco Espírito Santo e da Portugal Telecom.


"São casos evidentes". E questiona: "como é que em boa governação se emprestam 900 milhões de euros a uma empresa não cotada, de ‘rating’ duvidoso ou, no caso do GES, se passa o que se passou em termos de personalização e das decisões serem tomadas por uma pessoa? Se isso é boa governação, estamos falados".  São, por isso, acrescentou o banqueiro, duas boas lições que Portugal tem de tirar, até porque "não temos um sistema de ‘governance’, em termos gerais, ao nível do que melhor se pratica em termos internacionais, como em Inglaterra ou Estados Unidos".


Horta Osório dá a sua receita: as empresas têm de ter um conselho de administração de alto nível, com um "chairman" responsável por nomear o presidente da comissão executiva e responsável por assegurar a boa governação e têm de ter administradores não executivos de nível que presidam aos comités principais, o de auditoria, remunerações, estratégias.


Apesar do diagnóstico, Carlos Rodrigues, do Banco BIG, acabou por corroborar com o banqueiro emigrante de que com melhor gestão, a produtividade em Portugal melhoraria.

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