Transporte ferroviário, logística, terminais e manutenção e reparação. Estes são os serviços oferecidos aos clientes pela MEDWAY, operador logístico e o maior operador ferroviário privado de transporte de mercadorias na Península Ibérica, que oferece soluções de logística integradas de excelência para responder às diferentes necessidades.
Começando pelo transporte ferroviário, este inclui, tanto o serviço multimodal de transporte de contentores e caixas móveis como o serviço multiproduto, para o transporte de matérias-primas.
A logística engloba um vasto leque de serviços como contract logistics, armazenagem e gestão de stocks, distribuição, venda e aluguer de equipamentos e serviços de valor acrescentado.
No que diz respeito aos terminais, foram criados para facilitar a interligação de toda a cadeia logística e promover a utilização da ferrovia. Com uma dispersão geográfica estratégica, todos os terminais MEDWAY dispõem de ligações rodo e ferroviárias, que permitem uma cobertura nacional do transporte de todo o tipo de mercadorias.
Já a manutenção e reparação realiza intervenções nas oficinas de manutenção de locomotivas e na oficina de manutenção de vagões, ambas localizadas no Entroncamento, mas também através de equipas móveis devidamente dotadas de ferramentas para intervenções rápidas a pedido e em linha, com enfoque na reparação e manutenção de material ferroviário.
Além destes serviços, Carlos Vasconcelos, administrador da MEDWAY, destaca ainda "a área de formação – a MEDWAY Training – que realiza cursos de maquinistas, em Madrid, a cada seis meses".
Operador integrado de serviços logísticos, a partir da ferrovia, a MEDWAY diferencia-se no seu setor de atividade por garantir o serviço mais completo e eficaz possível aos seus clientes. "Por isso, temos terminais, para estarmos mais perto da carga; temos armazéns, para a carga que precisa de ficar guardada antes de seguir viagem; asseguramos a descarga direta de matérias-primas nas grandes indústrias, para que os clientes fiquem focados na produção. E quando o transporte é urgente, conseguimos assegurar a via aérea", explica o responsável da empresa que pertence à Medlog, operador logístico com atividade em mais de 70 países.
Melhorar as linhas
Um dos grandes desafios do subsetor da ferrovia nacional passa por investir nos troços existentes para a tornar mais competitiva e poder rivalizar com a rodovia no transporte de mercadorias, até por questões ambientais.
Hoje, a quota da ferrovia no mercado ibérico do transporte de mercadorias "é de 6%, sendo o da rodovia próximo dos 60%". "O transporte rodoviário é o maior concorrente da ferrovia em Portugal e, para assegurarmos o crescimento do transporte de mercadorias pela ferrovia temos de ter melhores linhas. O comboio é o meio de transporte mais sustentável e o que aporta menos custos", refere o administrador da MEDWAY.
Para corroborar a sua afirmação, Carlos Vasconcelos explica que um comboio da MEDWAY "emite em média cerca de 6.0 Kg CO2 eq/Km, enquanto o transporte da mesma quantidade de mercadorias por camião representa uma emissão de cerca de 20.4 Kg CO2 eq/Km, o que corresponde a uma redução de 71% das emissões de CO2 eq/Km do comboio quando comparado ao camião". "Essa redução pode chegar aos 74%, se o transporte for efetuado com recurso exclusivo a locomotivas elétricas", acrescenta.
Investimentos prementes em Portugal e Espanha - Rede ferroviária precisa ser modernizada.
Carlos Vasconcelos encontra-se no setor da logística e dos transportes há mais de 40 anos e afirma que a rede ferroviária de hoje é praticamente a mesma que encontrou no início. Segundo o responsável da MEDWAY, a rede portuguesa caracteriza-se por troços com inúmeras limitações de velocidade; com falta de cruzamentos adequados para comboios de 750 metros; com pendentes desajustadas; e com deficiente manutenção e cobertura de comunicações.
Apesar da falta de competitividade da ferrovia nacional, diz que o país já percebeu que tem de melhorar a rede ferroviária para fazer face às atuais e futuras necessidades. Assim, para a MEDWAY, esse investimento deve incidir sobre:
- Eletrificação. Parte da rede ferroviária não está eletrificada, o que obriga à utilização de locomotivas diesel, poluindo e representando um custo bastante superior ao das locomotivas elétricas;
- A melhoria da manutenção das linhas existentes para assegurar uma velocidade constante dos comboios, reduzindo o tempo das viagens e os respetivos custos. O deficiente estado de manutenção de muitos troços e o seu congestionamento impede a circulação dos comboios à sua velocidade máxima de segurança, obrigando a inúmeras reduções ou paragens;
- Pendentes e cruzamentos para assegurar, em todos os troços, a circulação de comboios de 750 metros, o que hoje não sucede pela falta de resguardos adequados para o cruzamento de comboios com esta dimensão. Também a existência de pendentes acima dos 12,5% de inclinação (standard definido pela Comissão Europeia), obriga à utilização de duas locomotivas para garantir a capacidade de carga das vias férreas. Resultado: os custos agravam-se;
- Novas Linhas.
Carlos Vasconcelos acrescenta os seguintes fatores que influem na interoperabilidade ibérica: o sistema de comunicação e segurança, pois o atual sistema português é obsoleto, não está conforme ao modelo europeu e é diferente do espanhol, também diferente do standard europeu. Esta diferença obriga a apetrechar as locomotivas com os dois sistemas, encarecendo o respetivo custo. No caso nacional há ainda a situação de monopólio do único fornecedor, que não fornece equipamentos para novas locomotivas.
O responsável da MEDWAY recorda ainda os maquinistas. É que o modelo vigente nos dois países ibéricos dificulta a utilização de maquinistas de cada país no país vizinho.