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Retrato atual dos transportes e da logística em Portugal

Tomaz Leiria Pinto, presidente da direção da ADFERSIT, aponta a importância que o transporte marítimo tem para o país e valoriza a afirmação do sistema logístico nacional. Deixa igualmente algumas críticas.

21 de Outubro de 2020 às 11:41
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Os setores dos transportes e da logística têm uma presença relevante na economia nacional. Por isso, quisemos saber junto da ADFERSIT – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Transportes como se encontram, atualmente, os transportes e a logística em Portugal. Tomaz Leiria Pinto, presidente da direção da ADFERSIT, lança uma reflexão sobre o tema.

 

Falar dos transportes e da logística em Portugal deve ser refletido no âmbito das necessidades de movimentação de mercadorias geradas pela economia nacional, mas também pelos fluxos de importação e exportação associados ao comércio externo da economia do país.

 

Os transportes permitem a movimentação das mercadorias, mas tão relevante como os transportes, devemos sempre equacionar o papel das interfaces modais como elemento determinante do sistema que asseguram a integração dos diferentes modos de transporte e o pleno aproveitamento das potencialidades de cada um. Mas, para que haja uma efetiva otimização ao nível dos processos de circulação das mercadorias, deveremos igualmente destacar que os transportes devem ser vistos como uma componente essencial do sistema de integração modal, mas também dos associados à função logística, pois é por aí que se poderão aferir as capacidades de otimização de todo o sistema.

 

Falar dos transportes é falar do transporte marítimo, que assegura a maior quota de movimentação das mercadorias que o país importa ou exporta: sendo conhecida a situação depauperada em que caíram as atividades de transporte marítimo no país, faz sentido destacar o relevante papel dos portos, que asseguram a interface à circulação das mercadorias.

 

E, em domínio portuário, importa valorizar o destacado papel do porto de Sines, que cresce a ritmos cada vez mais elevados e já movimenta mais de metade das mercadorias que circulam pelos portos nacionais, começando a afirmar-se como um porto de dimensão ibérica, que pode rivalizar com os maiores portos do país vizinho. Também o porto de Leixões continua a ganhar posição de grande relevo a norte, constituindo um fator essencial de apoio ao desenvolvimento económico da região. Ao contrário e infelizmente, o porto de Lisboa continua a definhar, perdendo a posição dominante que teve no passado, em resultado de políticas erradas de ordenamento, que conduziram a um manifesto abandono das potencialidades que o porto oferecia no apoio à economia da grande área metropolitana que lhe está relacionada.

 

Transporte ferroviário

 

Ao nível do transporte ferroviário – extensão inevitável da atividade portuária – e ainda que se continue a assistir a opções de ordenamento que favorecem o uso do rodoviário, não valorizando as potencialidades da ferrovia para a movimentação de cargas a médias distâncias, é possível registar um consolidado crescimento da ferrovia na movimentação de cargas completas e na deslocação de contentores, em particular no seu posicionamento a partir dos portos geradores de grandes fluxos.

 

Finalmente, torna-se imperioso valorizar a importância crescente que representa o sistema logístico nacional, que vai se afirmando a diferentes níveis, integrando as suas diferentes componentes, favorecendo uma efetiva otimização de todos os elementos, seja o transporte, a armazenagem, os sistemas de informação que lhe estão associados. Assim, importa reconhecer que a logística de grande dimensão, mas também a logística de proximidade, tem encontrado soluções que, além de criar valor à cadeia logística, cada vez mais resolvem problemas complexos de otimização que contribuem para a melhoria da sua competitividade.

 

Sistema logístico nacional com um papel cada vez mais preponderante

 

Hoje, o que mais importa destacar é o papel crescente que representa o sistema logístico nacional, que integra e otimiza todos os seus elementos, incluindo os operadores de transporte que cada vez mais se assumem como operadores logísticos, de forma a otimizarem a sua própria atividade e encontrarem soluções mais eficientes e de reforço da competitividade da economia. De toda a economia nacional.


ADFERSIT realiza em novembro o seu 14º Congresso Nacional


Vai realizar-se nos próximos dias 3 e 4 de novembro na Fundação Calouste Gulbenkian o 14º Congresso Nacional da ADFERSIT, subordinado ao tema "Mobilidade Sustentável para Todos – Desafios para a Década 2020-2030". O presidente do Congresso será Carlos Moedas, ex-secretário de Estado e antigo comissário europeu. Vão intervir no evento Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, e Pedro Siza Vieira, ministro adjunto e da Economia. O economista António Costa Silva é o orador convidado num congresso em que também participarão António Saraiva, presidente da CIP, Raul Magalhães, presidente da APLOG, José António Barros, presidente da AEP, entre várias outras personalidades.

No congresso, sobre o qual pode saber mais no site da ADFERSIT, serão discutidas as seguintes matérias: A interoperabilidade ibérica e a interoperabilidade europeia. O Corredor Atlântico; Mobilidade e Transportes no PNI 2030. O que irá mudar? A importância dos Transportes Públicos na Mobilidade Sustentável; A descarbonização no Setor dos Transportes; A importância do "Hub" Portuário na Economia Portuguesa; O Transporte Aéreo e as Infraestruturas aeroportuárias no pós-covid.

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