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Start-up Fibersail segue de vento em popa

Projeto para monitorização de navios venceu prémio de 200 mil euros na 6.ª edição da Building Global Innovators, patrocinado pela Caixa Capital.

01 de Dezembro de 2015 às 10:00
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Ou adivinhou ou estava convicto do triunfo final. Antes mesmo de ser anunciado como vencedor do desejado investimento, já o jovem Pedro Pinto inadvertidamente esticara a mão na direção do cheque de formato XL, então ainda na posse de Walter Palma, diretor de investimento da Caixa Capital.

Naquele momento, o projeto da sua empresa, a Fibersail, acabava apenas de ser distinguido como o melhor na categoria Ocean Economy, uma das quatro em competição na 6.ª edição do Demo Day, organizado pela Building Global Innovators (BGI), a 19 de novembro. Mas breves instantes depois, o empresário e antigo campeão de vela voltou a todo o pano ao palco do grande auditório do ISCTE para receber o ambicionado cheque.

"Estes 200 mil euros vão servir para acelerar o desenvolvimento do protótipo", revelou, ao Caixa Empresas, Pedro Pinto, fundador da Fibersail, juntamente com o amigo Hugo Rocha, medalhado olímpico em vela, em Atlanta, no ano de 1999.

O rumo da empresa está para já focado "no transporte marítimo e na vela de alta competição". Passa por usar "tecnologia de fibra ótica com sensores e por um algoritmo que os relaciona, fornecendo informação em tempo real sobre a estrutura de um navio".

A monitorização constante promete "prevenir acidentes e fornecer informação para que a estrutura de uma embarcação seja mais eficiente". A empresa de Pedro Pinto já tem um cliente e "mais algumas vendas na calha para quando o protótipo estiver a funcionar, no início do próximo ano".

Quanto a metas, a Fibersail "provavelmente dentro de um ano estará no mercado de alta competição de vela e, dentro de dois anos, no mercado do transporte marítimo".

No horizonte mais próximo, esta start-up poderá ainda aceder a um investimento adicional de 100 mil euros, a atribuir no próximo ano, no âmbito do Caixa Empreender Award. Já o contributo da BGI não deixou de ser realçado por Walter Palma, lembrando "as empresas no portefólio da Caixa Capital que aí surgiram e estão neste momento lançadas, casos da Veniam e da doDoc".

Sabendo que "as empresas que saem destes programas são muito incipientes, estão numa fase inicial de entrar no mercado", o diretor da Caixa Capital assume que "o apoio financeiro que nós damos, ajuda um bocado a criar o lastro necessário para ultrapassar as primeiras dificuldades".

Mas o panorama das start-ups em Portugal é animador. Serve o exemplo da Uniplaces, criadora de uma plataforma online para alojamento de estudantes universitários, "que fez recentemente a maior operação de financiamento fora de Portugal, no valor de 24 milhões de dólares".

"Claramente, Portugal está no mapa. Quando se fala que a empresa é portuguesa, as pessoas sabem de onde ela é e antigamente ninguém sabia", sustenta Walter Palma, para quem "o empreendedorismo foi um bocado o subproduto positivo da crise financeira". Ou seja, "levou muitos estudantes, muita gente jovem, com muitas capacidades, a não ficar de braços cruzados à espera que alguém lhes desse um emprego ou que o mercado recuperasse".

O otimismo é nota também entre os promotores da BGI. Para o diretor, Gonçalo Amorim, "a realidade é hoje muito diferente do que era há seis anos e a qualidade tem vindo a aumentar bastante".

O grande desafio da BGI "é o de provar que todo este maravilhoso novo mundo é sustentável. Isso depende de haver saídas, os chamados exits, capazes de remunerar todas as outras perdas". O risco existe e no universo das start-ups "sabemos que só duas ou três irão ter grande sucesso e permitir amortizar o capital perdido em todas as que não vão conseguir chegar ao mercado, de forma a remunerar o acionista".

A Building Global Innovators é uma aceleradora de empresas desenvolvida entre o ISCTE-IUL (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – Instituto Universitário de Lisboa) e o MIT Portugal, em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Este ano, 15 projetos foram apresentados neste Demo Day nas quatro categorias existentes – nomeadamente, Medical Devices & Health IT, Smart Cities & Industrial Technologies; Enterprise IT & Smart Data; Ocean Economy, onde a Fibersail foi identificada como a mais promissora.

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