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Presidente da Fed de Boston defende aumento mais rápido dos juros
Sem um ajuste mais acelerado do preço do dinheiro na maior economia do mundo, Eric Rosengren diz que a política da Reserva Federal corre o risco de "falhar o tiro" tanto em matéria de inflação como de emprego.
O presidente da Fed de Boston, Eric Rosengren, apelou à Reserva Federal norte-americana para que acelere o aumento dos juros nos Estados Unidos, alertando para os riscos para a inflação e para o emprego se tal não acontecer.
"Estamos agora a aproximar-nos de níveis de emprego e inflação consistentes com ambos os elementos do mandato dual da Fed – estabilidade de preços e máximo emprego sustentável," afirmou Rosengren esta segunda-feira, 9 de Janeiro, perante a Connecticut Business and Industry Association. Pelo que é necessário, acrescentou, "normalizar gradualmente" a política monetária norte-americana, "mais rápido do que no ano passado (…) para evitar que a economia falhe dramaticamente ambos os elementos" desse "mandato" disse, citado pela Reuters e pelo Financial Times.
Sem esses "aumentos graduais" e continuando ao ritmo actual – em que o preço do dinheiro na maior economia do mundo só aumentou por duas vezes no espaço de um ano, registando as primeiras subidas de juros desde 2008 -, o responsável adverte que a taxa de desemprego (actualmente nos 4,7%) pode atingir valores insustentáveis e levar a inflação a superar o objectivo de ficar perto mas abaixo dos 2% "colocando a recuperação económica em risco".
A Fed aumentou juros em Dezembro, pela segunda vez num ano, e assinalou a possibilidade de três subidas em 2017. Actualmente sem direito a votação no comité de política monetária - depois de ter estado no comité em 2016, a Fed de Boston voltará a ter assento naquele órgão em 2018 no âmbito da rotação anual entre membros das reservas estaduais -, Rosengren considerou este ritmo de subidas anunciado como "razoável se continuarmos a assistir a um crescimento real do PIB mais rápido que a chamada taxa ‘potencial’."
A contribuir para o alerta do responsável estão os dados conhecidos esta sexta-feira, que dão conta de um aumento dos salários dos trabalhadores em Dezembro ao ritmo mais elevado desde 2009, enquanto o desemprego ficou em 4,7% em Dezembro, uma décima percentual acima do mínimo de nove anos registado no mês anterior.