Notícia
Potenciais substitutos de Yellen pressionam Fed a acelerar subida dos juros
Economistas apontados como potenciais substitutos de Janet Yellen em 2018 defendem que o banco central está atrasado na subida dos juros e apelam a uma estratégia menos focada no curto prazo.
Potenciais candidatos à liderança da Reserva Federal dos Estados Unidos em 2018 juntaram-se ao coro crescente de vozes que tem apelado a uma subida mais rápida dos juros nos Estados Unidos.
No encontro anual da American Economic Association, Glenn Hubbard, da Universidade de Columbia, John Taylor e Kevin Warsh, da Universidade de Stanford, criticaram o banco central dos Estados Unidos por tentar ajudar a economia norte-americana a resolver problemas que não podem ser resolvidos através da política monetária.
Segundo a Bloomberg, os especialistas apontam para estes três economistas – todos antigos funcionários da administração de George W. Bush – como potenciais candidatos à liderança da Reserva Federal norte-americana, caso Donald Trump decida não nomear Janet Yellen para outro mandato de quatro anos, quando o actual terminar, em Fevereiro de 2018.
Um cenário provável dadas as críticas do republicano à actual presidente da Fed, que chegou a ser acusada por Trump, durante a campanha, de manter os juros baixos para beneficiar os democratas.
"A Reserva Federal está um pouco atrasada" na subida dos juros, afirmou Taylor, citado pela agência noticiosa. Já Hubbard admitiu concordar com a visão de Trump de que a economia dos Estados Unidos tem dependido muito dos estímulos da Fed nos últimos anos.
"A Reserva Federal foi muito bem-sucedida no período inicial após a crise, mas continuou uma política que, provavelmente, já passou do seu prazo de validade", acrescentou o responsável. "É de esperar que a normalização [dos juros] continue a um ritmo mais rápido".
Kevin Warsh, antigo conselheiro económico de Bush, defendeu que a autoridade monetária norte-americana tem perdido oportunidades para subir os juros, estando focada numa política demasiado centrada no curto prazo.
Warsh questionou por que motivo os juros estão tão baixos se a Fed está próxima de atingir os seus objectivos de pleno emprego e de estabilidade dos preços. O responsável argumentou ainda que a Fed devia parar de depender dos dados que vão sendo conhecidos e implementar uma estratégia bem definida e bem articulada para atingir as suas metas.
Já esta segunda-feira, também o presidente da Fed de Boston, Eric Rosengren, apelou à Reserva Federal norte-americana para que acelere o aumento dos juros nos Estados Unidos, alertando para os riscos para a inflação e para o emprego se tal não acontecer.
"Estamos agora a aproximar-nos de níveis de emprego e inflação consistentes com ambos os elementos do mandato dual da Fed – estabilidade de preços e máximo emprego sustentável," afirmou Rosengren perante a Connecticut Business and Industry Association. Pelo que é necessário, acrescentou, "normalizar gradualmente" a política monetária norte-americana, "mais rápido do que no ano passado (…) para evitar que a economia falhe dramaticamente ambos os elementos" desse "mandato" disse, citado pela Reuters e pelo Financial Times.
Recorde-se que, em Dezembro, a Reserva Federal subiu a taxa directora para o intervalo entre 0,50% e 0,75%, antecipando mais três aumentos ao longo deste ano.