A perspectiva a longo prazo para a Venezuela é agora negativa, afirmou a Moody’s ontem, em declarações, acrescentando que esta descida se deve ao facto da Venezuela ter instituições políticas fracas, e também porque se encontra perante a possibilidade de ter de eleger um novo presidente, 14 anos depois de Chávez chegar ao poder.

A Moody’s reavaliou a Venezuela 5 níveis abaixo da nota de investimento, com notas B1 e B2, para o bónus da moeda local e para o bónus do governo em moeda estrangeira, respectivamente. De acordo com a agência de classificação de risco de crédito, estas notas são consideradas “lixo”, pois têm um grande grau especulativo, estão sujeitas a um alto risco de crédito e têm geralmente uma pobre qualidade.

As obrigações venezuelanas tiveram um retorno de 47% no ano passado, tornando-se o maior mercado emergente a seguir à Costa do Marfim, de acordo com a JP Morgan.

O comandante faltou à tomada de posse a 10 de Janeiro, e não é visto em público desde o dia 11 de Dezembro, quando aterrou em Cuba para a sua quarta cirurgia a um cancro, que apareceu ainda em Junho de 2011, segundo noticiou a Bloomberg.

“A perspectiva negativa reflecte o aumento da incerteza política e os riscos associados à economia do país e às finanças do governo, depois do presidente Chávez ter faltado à cerimónia”, disse a Moody’s.

“A Venezuela está muito exposta ao risco de transição por ter instituições muito fracas e porque todo o poder estava concentrado na pessoa do presidente Chávez”.

Os investidores acreditam que a batalha de Chávez contra o cancro vai impedi-lo de avançar para aquele que seria o seu sexto mandato consecutivo.