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Fitch alerta que previsão de crescimento do Governo para 2014 é "optimista"

A Fitch está menos optimista que o Governo português. Quando decidiu manter o “rating” de Portugal em “lixo”, a agência antevia que o défice, em 2015, será de 3% do PIB. E perspectivava um crescimento do PIB este ano para 1% e 1,2% em 2015. Após a apresentação da proposta de Orçamento do Estado, as estimativas mantêm-se.

Miguel Baltazar/Negócios
21 de Outubro de 2014 às 17:04
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Na nota em que revelava que ia manter Portugal em "lixo", a agência de notação financeira Fitch apontava que a economia portuguesa ia crescer 1% este ano e 1,2% em 2015. Quanto ao défice, este deveria situar-se nos 3%. Esta terça-feira, 21 de Outubro, e depois da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano ter sido entregue na Assembleia da República, a Fitch mantém os mesmos números para Portugal. Com base neste cenário, a agência de notação financeira está assim menos optimista que o Governo português.

 

Na proposta de Orçamento do Estado para 2015, o Executivo inscreveu a previsão de crescimento da economia portuguesa em 1,5%, sendo que o principal contributo virá da procura interna. Quanto ao défice, Passos Coelho assumiu, mesmo antes da apresentação do documento, que este ia situar-se nos 2,7% do produto interno bruto (PIB) no próximo ano, duas décimas acima do valor acordado com Bruxelas.

 

"O objectivo mais elevado em 2015 [do défice] está mais próximo das nossas previsões de 3%, o que reflecte a nossa perspectiva mais conservadora de crescimento para o próximo ano de 1,2%", revela a Fitch.

 

A agência de notação financeira assume ainda que as medidas de consolidação orçamental de Portugal representam 0,7% do produto interno bruto (PIB), uma parte "do ajustamento no próximo ano vai provavelmente chegar das receitas geradas através do crescimento do PIB nominal". "Mas este crescimento pode não estar à altura das expectativas", acrescenta a agência de notação financeira.

 

Por conseguinte, há o risco de um abrandamento económico. O crescimento nominal do PIB previsto na proposta de Orçamento do Estado de 2,5% para este ano, diz a Fitch, "é optimista", sendo que a perspectiva da agência está em torno dos 1,9%, em termos nominais. "Entretanto, um período extenso de deflação em Portugal irá também ameaçar o crescimento", sublinha. "Prevemos que a dívida bruta diminua gradualmente do pico de 128,6% do PIB este ano, assumindo excedentes primários médios de 2,8% do PIB em 2015-2020", acrescenta.

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