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Fed deverá pausar subidas dos juros em maio, prevê AllianzGI

O diretor global de investimentos em obrigações da Allianz Global Investors antecipa uma nova subida das taxas de juro em 25 pontos base esta quarta-feira, acompanhado de uma pausa no endurecimento da política monetária.

Mercados à espera das palavras de Jerome Powell, presidente do banco central dos EUA, depois do anúncio da decisão sobre os juros diretores.
Evelyn Hockstein/Reuters
02 de Maio de 2023 às 12:00
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Da próxima reunião de política monetária do Comité Federal de Mercado Aberto, que decorre esta terça e quarta-feira, deverá sair uma subida dos juros de 25 pontos base e uma pausa no endurecimento da política monetária, prevê a AllianzGI. "O ciclo de subidas está a chegar ao fim", defende Franck Dixmier, Diretor Global de Investimentos em Obrigações da Allianz Global Investors, numa nota enviada ao Negócios.

"Acreditamos que a pausa deve ser o eixo central da Fed, mesmo que não anunciado como tal - com uma taxa terminal de 5,25%", afirma.

O analista considera que os últimos dados económicos nos Estados Unidos "não estão a facilitar a tarefa da Reserva Federal", que é presidida por Jerome Powell (na foto). "A atividade está a desacelerar substancialmente, como mostra o crescimento do PIB no primeiro trimestre, que ficou abaixo das expetativas, numa taxa anual de 1,1% em relação ao trimestre anterior", indica.

Contudo, acrescenta, a inflação subjacente - que é medida pelo consumo das famílias excluindo os alimentos e a energia, "surpreendeu ao continuar a subir", tendo-se fixado nos 4,9% no primeiro trimestre. Este nível continua longe do objetivo de estabilidade de preços do banco central. A persistência de níveis elevados de inflação deve reforçar a crença da Fed na necessidade de continuar a endurecer as condições monetárias", refere.


Mas, ainda assim, apesar de a inflação estar ainda longe da meta (2%), Franck Dixmier considera que "a Fed terá de ter em conta o endurecimento das condições de crédito na sequência das dificuldades dos bancos regionais norte-americanos". 

"O stress dos bancos regionais deve resultar numa contração significativa dos empréstimos bancários à economia nos próximos meses. Portanto, acreditamos que a Fed também pode anunciar uma pausa nas subidas de juros, para ter tempo de avaliar mais de perto as consequências dos aumentos anteriores da procura e, especialmente, o impacto das tensões bancárias regionais sobre a oferta de crédito", justifica.


A questão em aberto para os mercados, segundo o Diretor Global de Investimentos em Obrigações da AllianzGI, é se esta é uma pausa temporária ou o verdadeiro eixo central da política monetária dos Estados Unidos. "Dadas as tendências macroeconómicas mencionadas acima, optaríamos por um eixo central real da Fed – não anunciado como tal – com uma taxa terminal de 5,25%", defende, acrescentando que o facto de os investidores estarem a antecipar o fim do ciclo de endurecimento monetário "é otimista e deve encorajar as estratégias de inclinação na curva de rendimentos dos EUA".

A Fed anuncia esta quarta-feira quais os próximos passos em termos de política monetária, sendo que o mercado espera um aumento de 25 pontos base.
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