Notícia
BCE mantém taxa de juro de referência em mínimo histórico
Na primeira reunião de 2013, o Banco Central Europeu manteve a taxa de juro de referência no mínimo histórico de 0,75%.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, esta quinta-feira, manter a taxa de juro de referência no mínimo histórico de 0,75%. Neste primeiro encontro de 2013, os governadores do BCE decidiram também manter as taxas de depósitos em 0%.
Estas decisões da autoridade monetária da área do euro vão de encontro as expectativas dos analistas. A Zona Euro está em recessão mas dá sinais de estabilidade e a inflação (principal mandato do BCE) está controlada, apontam os especialistas.
Uma mexida nas taxas de juro “está definitivamente adiada” afirmou Gilles Moec, economista do Deutsche Bank, citado pela Reuters, acrescentando que não aconteceu nada “de espectacular recentemente para forçar o BCE a qualquer acção”. “Há uma recessão mas não há um agravamento da situação. Os empréstimos estão fracos mas não a deteriorar-se, por isso o BCE não está compelido a agir”.
A agência Bloomberg, por sua vez, realizou também uma sondagem com um total de 55 analistas, dos quais 50 defenderam que a autoridade monetária não ia, este mês, alterar a taxa de juro directora. “A economia não está a pedir um corte [na taxa de juro de referência] agora”, afirmou, citado pela Bloomberg, James Nixon, economista-chefe para a Europa da Societe Generale, em Londres. “O medicamento de Draghi está a funcionar, as perspectivas económicas melhoraram (…) por isso, porquê cortar?”, sublinhou.
Em Dezembro, contudo, Mario Draghi, presidente do BCE, abriu a porta a possíveis alterações nas taxas de juro num futuro próximo. Esta manhã, no comentário diário, Pedro Lino, CEO da Dif Broker, apontava que “se não for hoje [que o BCE desce a taxa de juro], creio que vai ser sinalizado ao mercado que, na próxima reunião, o BCE pode diminuir as taxas de juro em 25 pontos base – de 0,75% para 0,50%”.
Além disso, este responsável destacava que o BCE está consciente que “discussões políticas na Europa demoram muito tempo”, referindo-se em particular à união bancária e supervisão comum. Neste sentido, “o BCE vai querer suportar a economia”.
Pedro Lino sinalizou ainda que a instituição “deve continuar a demonstrar que o seu programa de compra de activos pode ser activado” caso os Estados precisem e aceitem cumprir determinados requisitos.