Notícia
Bancos admitem reduzir a restritividade no crédito às empresas
Para as famílias, de acordo com o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, as instituições financeiras apontam para a manutenção dos critérios aplicados até agora que, notou um banco, se tornaram menos restritivos no final de 2014.
A restritividade da banca na concessão de crédito às empresas deverá diminuir neste arranque de ano. Algumas instituições revelaram que já no final do ano passado aliviar as condições de acesso a empréstimos, algo que se traduziu em "spreads" mais baixos, nomeadamente às PME. No caso das famílias, começam também a haver alguns sinais de abertura dos bancos para concessão de financiamento, seja para a habitação ou consumo.
"Para o primeiro trimestre de 2015, em termos gerais, as expectativas dos vários bancos são de manutenção dos critérios de concessão de crédito ao sector empresarial, podendo tornar-se ligeiramente menos restritivos, especialmente para empréstimos de curto prazo", pode ler-se no inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito realizado divulgado pelo Banco de Portugal.
Esta expectativa vem em linha com o que já se verificou no último trimestre, período em que "dois bancos reportaram critérios de concessão de empréstimos ou de linhas de crédito a empresas praticamente inalterados enquanto dois bancos reportaram critérios ligeiramente menos restritivos, quer no caso das PME, quer no caso das grandes empresas, sendo que no curto prazo dois bancos consideraram também ter reduzido ligeiramente o nível de restritividade".
"A concorrência entre instituições bancárias e as perspectivas para sectores de actividade ou empresas específicas foram apontadas por três instituições como factores que contribuíram ligeiramente para diminuir a restritividade dos critérios de aprovação de empréstimos. Duas instituições consideraram ainda que a posição de liquidez contribuiu para tornar os critérios de concessão de empréstimos menos restritivos", refere o regulador.
"No caso das PME, e em menor grau no caso das grandes empresas, a maioria das instituições reportaram ‘spreads’ aplicados nos empréstimos de risco médio mais reduzidos e algumas instituições reportaram aumentos nos montantes dos empréstimos ou linhas de crédito concedidos e nas maturidades e uma redução das comissões e outros encargos não relacionados com juros", conclui o inquérito.
Critérios para as famílias estáveis, mas melhores
Se para as empresas a expectativa é de menos restritividade, como já se começou a verificar no final do ano passado, para as famílias a expectativa é de manutenção das condições de acesso ao financiamento. Contudo, essas condições já foram, nalguns casos, aliviadas por parte das instituições financeiras.
"No segmento dos empréstimos a particulares, quer para aquisição de habitação, quer para consumo e outros fins, todos os bancos reportaram uma manutenção dos critérios de concessão de crédito" no final de 2014. Contudo, uma das instituições inquiridas referiu as condições de acesso a financiamento "como tendo contribuído para a diminuição da restritividade" nestes empréstimos.
Outra "instituição reportou ainda que as expectativas quanto à actividade económica em geral contribuíram para reduzir a restritividade", nota o Banco de Portugal, revelando que para este arranque de ano, no segmento dos particulares, "a expectativa de todos os bancos é de uma manutenção dos critérios até agora aplicados", sendo que nalguns casos essa manutenção traz já "spreads" mais baixos.
"Neste segmento de crédito apenas uma instituição reportou uma redução ligeira nos ‘spreads’ aplicados a empréstimos de risco médio, tendo todas as restantes condições praticadas no crédito aos particulares permanecido estáveis", revela o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito.