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Dívida verde da UE chega ao mercado em outubro. Bruxelas quer 250 mil milhões até 2026

Bruxelas anunciou que irá emitir 250 mil milhões de dívida para financiar projetos sustentáveis até final de 2026. Até ao final do ano irá realizar dois leilões por mês, de forma a colocar 80 mil milhões de dívida "não verde" até dezembro.

Bruxelas avançou para a criação de uma Procuradoria Europeia para combater fraudes com verbas comunitárias.
Olivier Hoslet/EPA
07 de Setembro de 2021 às 10:23
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A União Europeia (UE) vai avançar já em outubro com os primeiros leilões de dívida verde para financiar a retoma. O anúncio do timing foi feito esta terça-feira pela Comissão Europeia, que ressalvou que o lançamento das operações ficará sujeito às condições de mercado.

"A intenção da UE de emitir até 250 mil milhões de euros em títulos verdes até o final de 2026 vai tornar-nos o maior emissor de títulos verdes do mundo", diz Johannes Hahn, comissário europeu para o Orçamento e a Administração, citado em comunicado. "Esta é também uma expressão do nosso compromisso com a sustentabilidade e coloca o financiamento sustentável na vanguarda do esforço de recuperação da UE".


Este montante a ser captado nos próximos cinco anos irá servir para financiar o NextGenerationEU, o programa de recuperação económica desenhando para a região sair da crise provocada pela covid-19. A dívida para fins sustentáveis representa 30% do montante total do pacote de apoio.

Todos os Estados-membros terão de gastar 37% do Plano de Recuperação e Resiliência em programas de reformas e investimentos em energias sustentáveis. Nesta mesma nota, a UE informa que alguns países estão a equacionar ultrapassar esta percentagem e dedicar mais dinheiro a este tipo de iniciativa.

De acordo com as regras do plano de recuperação, os países envolvidos terão de reportar à Comissão Europeia os gastos desta dívida verde, que irá assegurar se realmente estão a ser investidos os montantes pretendidos em projetos sustentáveis que promovam a transição energética. Bruxelas vai organizar os gastos em nove categorias, onde se incluem a energia limpa, a eficiência energética e os transportes amigos do ambiente.

Emissão de dívida "não verde" vai continuar
A par deste tipo de obrigações, a UE confirmou igualmente até dezembro será emitida dívida "não verde" no valor de 80 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 10% do montante definido no Fundo de Recuperação. A instituição vai organizar leilões que deverão começar a 15 de setembro e se vão realizar duas vezes por mês até ao final do ano, com o calendário a apontar para a primeira e terceira quarta-feira de cada mês.

A UE levantou até ao momento 45 mil milhões de euros para financiar a recuperação económica na região, depois de a primeira emissão ter sido a maior alguma vez realizada em termos institucionais na Europa e o valor mais alto que Bruxelas alguma vez angariou de uma só vez. Em julho realizou a terceira emissão de dívida para financiar o fundo de recuperação em que foram emitidas obrigações no valor de 10 mil milhões de euros com maturidade a 20 anos. A procura superou em larga medida a oferta ao chegar perto de 100 mil milhões de euros.

No mês anterior emitiu 15 mil milhões de euros num duplo leilão onde foram colocados 9 mil milhões de euros a cinco anos (julho de 2026) e uma taxa de juro negativa nos -0,335%, e mais 6 mil milhões de euros na emissão com maturidade a 30 anos (julho de 2051), com uma "yield" de 0,732%.

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