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Tesouro emite mil milhões em leilão com forte procura
Esta é a sexta vez em 2016 que Portugal foi ao mercado de dívida de médio e longo prazo. Desta feita, colocou o montante máximo previsto para operação, sendo que a procura ultrapassou os dois mil milhões de euros. As taxas de juro ficaram abaixo do registado no mercado.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) concluiu esta quarta-feira, 8 de Junho, um duplo leilão de Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e nove anos. O instituto liderado por Cristina Casalinho (na foto) financiou-se em mil milhões de euros, o montante máximo previsto para esta operação. A procura mais do que duplicou a oferta.
Uma forte procura que levou a taxas de juro inferiores às do mercado secundário. Em traços gerais, estes são os pontos fortes do leilão de OT a cinco e nove anos que o Tesouro português realizou esta quarta-feira. É que o IGCP colocou um total de mil milhões de euros em nova dívida – o montante máximo previsto –, com a procura a ascender a 2.095 milhões. Ou seja, as licitações dos investidores superaram a oferta em 2,1 vezes.
Nesta dupla operação, o instituto liderado por Cristina Casalinho optou por colocar 600 milhões de euros no prazo mais curto, tendo alcançado uma taxa de juro de 1,843%. É a terceira vez este ano que o Tesouro emite dívida neste prazo, sendo que a taxa agora obtida ficou praticamente em linha com a registada na última operação (1,840%).
Já em dívida a nove anos, Portugal financiou-se em 400 milhões de euros a uma taxa de juro de 2,859%. A última operação equivalente remonta a Janeiro de 2011, pouco antes do pedido de assistência económica e financeira. Na altura, o Tesouro então liderado Alberto Soares emitiu 1.892 milhões de euros a uma taxa de juro média de 6,716%.
Em ambos os casos, a taxa de juro agora alcançada por Portugal ficou abaixo do que está a ser registado no mercado secundário. No prazo a nove anos, a "yield" está a recuar 0,5 pontos base para 1,878%, ao passo que a taxa das OT a nove anos cai 2,2 pontos para 2,906%. Uma tendência mais acentuada do que ao início desta manhã, na qual os títulos estavam praticamente inalterados.
(Notícia actualizada às 12:52, corrigindo o rácio de procura face à oferta de "1,1 vezes" para "2,1 vezes")