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Tesouro financia-se em 850 milhões de euros a dez anos. Juro é o mais baixo desde final de 2015

O Tesouro conseguiu juros mais baixos no leilão de Obrigações do Tesouro a dez anos. Mas não atingiu o montante máximo indicativo para esta operação de financiamento, apesar de a procura ter duplicado a oferta.

Miguel Baltasar
13 de Setembro de 2017 às 10:42
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O Tesouro conseguiu um juro de 2,785% para emitir 850 milhões de euros em Obrigações do Tesouro com maturidade em Abril de 2027. Foi a taxa mais baixa em leilões neste prazo desde Novembro de 2015, segundo dados do IGCP. Mas o valor colocado ficou abaixo do intervalo máximo do montante indicativo para a operação, que era de entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros. Isto apesar de as ofertas terem sido mais do dobro do montante colocado.

Na última operação com um prazo comparável, realizada a 12 de Julho, a taxa de juro tinha sido de 3,085% e a procura tinha excedido em 1,5 vezes a oferta. Em leilões a dez anos, o custo desta emissão é o mais baixo desde Novembro de 2015, altura em que o Estado conseguiu emitir com uma taxa de 2,429%.



"Este financiamento teve os custos mais baixos desde final de 2015, um ano que as taxas das emissões foram muito baixas", refere Filipe Silva, director da gestão de activos do Banco Carregosa, numa nota. A emissão surge depois de a Moody’s ter subido, no passado dia 1 de Setembro, o "outlook" para o "rating" de Portugal de estável para positivo, colocando a notação mais perto de sair de um nível visto como "lixo" pelos mercados. E dois dias antes de a S&P se poder pronunciar sobre a classificação de Portugal. Entre as três maiores agências, esta é a única que ainda tem uma perspectiva estável para a dívida portuguesa.

"Portugal está a beneficiar dos bons dados económicos que tem divulgado, da revisão optimista da perspectiva do rating da dívida por parte da Moody’s, uma grande ajuda vem das compras do BCE, mas também beneficia da própria folga financeira no financiamento do Estado que, com operações de troca e emissões tem conseguido alongar a maturidade da dívida portuguesa", considera Filipe Silva.

Também Tiago da Costa Cardoso destaca pela positiva a taxa de juro baixa da operação. Mas o gestor da corretora XTB ressalva que "o ponto negativo acabou por ser o valor colocado, que se situou a meio do intervalo pretendido, o que até fez sentido, já que para manter a taxa baixa não se poderia aceitar um número maior de ofertas".

Já os analistas do BiG consideram, numa nota, que "o resultado deste leilão é positivo, 
se considerarmos que esta manhã houve muita concorrência no mercado primário de dívida pública na Europa, com a Itália, a Alemanha e o Reino Unido a emitir títulos a 10 anos". 


Com a operação desta quarta-feira, fica a faltar ao Estado obter um financiamento via Obrigações do Tesouro de 3.150 milhões de euros. E atinge 79% da meta prevista para o total do ano, que é de 15.000 milhões de euros. 


(Notícia actualizada às 11:11 com comentários de analistas)
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