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S&P sobe rating da Grécia para nível de há 12 anos, mas ainda em "lixo"

Uma dúzia de anos depois de a agência de notação financeira ter classificado a dívida soberana grega como "lixo", o rating helénico regressa ao patamar de BB+, o mais elevado do investimento especulativo.

Bloomberg
23 de Abril de 2022 às 00:00
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A Standard & Poor's (S&P) subiu esta sexta-feira o rating da dívida soberana da Grécia de longo prazo de BB para BB+, o primeiro patamar do investimento especulativo, designado de "lixo". Com esta ação, a agência de notação financeira coloca a dívida grega no patamar para onde a atirou há 12 anos - foi a 27 de abril de 2010 que a S&P baixou o rating helénico de BBB+ para BB+.

A nova classificação até é mais favorável do que a de há uma dúzia de anos, tendo em conta que a perspetiva (outlook) é "estável", enquanto em abril de 2010 era "negativa".

No relatório, a S&P assinala que a guerra na Ucrânia foi o principal fator para a revisão em baixa da estimativa de crescimento económico grego este ano, que a agência prevê que seja de 3,4%. Ainda assim, nota, Atenas tem uma baixa exposição direta à Rússia, significativos níveis de poupança das famílias e ter diversificado as importações de gás, nomeadamente com fornecimentos vindos do Azerbaijão, Argélia, Egito e Nigéria.

A escalada dos preços, com a inflação a atingir em março um máximo de 27 anos nos 8%, é relativizada, com os analistas da S&P a considerarem que não há sinais de pressões alcistas nos salários e esperando que a inflação comece a desacelerar a partir de setembro. A agência nota ainda que os fundos europeus deverão permitir a Atenas implementar reformas estruturais e prosseguir a consolidação orçamental. 

O relatório nota também a redução dos créditos malparados (NPL, na sigla em inglês) para menos de 13% da carteira de crédito da banca grega.

Em termos de perspetivas futuras, a S&P projeta que o défice grego recue para 4,2% do PIB este ano e que o rácio da dívida face ao PIB baixe dos 193% em 2021 para 184% este ano. E o peso do malparado na carteira de crédito do sistema bancário helénico deverá ficar abaixo dos 8% no final deste ano, valor que compara com os 12,8% no fim de 2021.
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