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S&P mantém rating e outlook de França apesar da crise orçamental

A agência de ratings optou por não cortar a notação nem a perspetiva soberana do país, apesar da instabilidade política, dando ao primeiro-ministro Michel Barnier alguma margem para evitar uma potencial moção de censura na próxima semana.   

EPA
29 de Novembro de 2024 às 22:35
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Apesar da crise orçamental em França, a S&P Global Ratings decidiu manter o rating de França em 'AA-' e o outlook soberano do país em "estável" esta sexta-feira, aliviando um pouco a pressão sobre o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, num momento em que o seu governo está em risco.

Num comunicado esta sexta-feira, a agência de ratings disse que economia francesa – a segunda maior da Zona Euro – se encontra resiliente apesar da instabilidade política, mantendo o rating sete níveis acima de "lixo".

Como fatores que sustentam o rating, a agência cita o impacto das reformas laborais implementadas na presidência de Emmanuel Macron, as elevadas taxas poupanças do setor privado, as exportações e a integração na UE.

Contudo, alerta que a "subida da fragmentação política está a complicar a governação orçamental, mais notoriamente através do adiamento da aprovação de um orçamento credível para 2025", escreve a S&P.

"Ainda assim, o nosso cenário base é que as autoridades francesas avancem com uma consolidação orçamental representando pouco menos de 1% do PIB no próximo ano no âmbito de um plano de médio prazo para moderar os elevados défices orçamentais", diz a S&P.

A decisão dá algum alívio aos governantes de França depois do corte de rating de maio pela S&P, pouco antes de Macron convocar eleições antecipadas, e de as duas outras grandes agências - Fitch and Moody’s - terem colocado recentemente o outlook em "negativo" na sequência da crise política.

Barnier vai tentar aprovar agora o orçamento, que prevê colocar o défice em 5% no próximo ano com 60 mil milhões de euros em aumentos de impostos e cortes da despesa. Contudo, se não ceder às exigências da União Nacional, de Marine Le Pen, até à próxima segunda-feira, poderá enfrentar uma moção de censura e ver o seu governo derrubado.

A crise política está a causar receios junto dos investidores e já levou a que o spread entre as yields das obrigações soberanas francesas e as equivalentes alemãs - um indicador de risco da dívida - atingisse os 90 pontos base, um máximo que não era visto desde a crise da dívida soberana.          

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