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Portugal recompra mais de mil milhões de euros de obrigações

O leilão de recompra envolveu os valores que eram esperados pelos analistas. As obrigações com maturidade em 2019 foram o alvo das maiores recompras.

Miguel Baltazar/Negócios
25 de Fevereiro de 2016 às 11:37
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O Estado recomprou 1.075 milhões de euros de obrigações, segundo dados divulgados pela Bloomberg. O preço da operação ficou em linha com os preços praticados em mercado secundário e os valores da recompra foram os esperados pelos analistas. No total, apareceram ofertas de venda por parte dos investidores superiores a 2,5 mil milhões de euros.

Na linha que vence em 2019, o Estado recomprou 576 milhões de euros. As ofertas de venda situaram-se em 1,32 mil milhões de euros. O valor pago pelo Estado foi acima do par, isto é, do preço a que foram emitidas. Mas ficou em linha com as cotações que se registam esta quinta-feira em mercado secundário. Com a recompra, o saldo vivo, ou seja, o montante em dívida desta linha, baixou para 10,34 mil milhões de euros, segundo dados da Bloomberg.

Já na obrigação com maturidade em 2017, as recompras foram de 349 milhões de euros, baixando o saldo dessa linha para 8,44 mil milhões de euros. As ofertas de venda foram de 784 milhões de euros. E na linha com maturidade em Junho de 2018, as recompras foram de 150 milhões de euros, baixando o saldo em dívida dessa obrigação para 8,52 mil milhões de euros. Os investidores disponibilizaram-se a vender 458 milhões de euros.

Antes da operação, David Scnhautz, estratego de dívida do Commerzbank, antecipava que o Estado limitasse a recompra a um valor em torno dos mil milhões de euros devido "às elevadas necessidades de financiamento que tem de colmatar até ao final do ano".

As recompras de obrigações servem para diminuir as necessidades de refinanciamento nos próximos anos, que são elevadas. Mesmo com esta operação, apenas para amortizar a dívida de médio e longo prazo que vence entre 2017 e 2019, serão necessários cerca de 26 mil milhões de euros.

O director da gestão de activos do Banco Carregosa, Filipe Silva, explicou, numa nota enviada às redacções, que "faz sempre sentido recomprar dívida que tem um custo mais alto e tentar substitui-la por novas emissões de dívida com um juro mais baixo". Acrescenta que "além de reduzir as amortizações que teremos nos próximos anos e de dar um sinal ao mercado, que é importante, o objectivo terá sempre que ser o da poupança de juros.  

(Notícia actualizada às 12:12 com mais informações sobre a operação)

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