Notícia
Portugal emite 500 milhões em dívida a três meses com juro ainda menos negativo
Apesar de ter inscrito no programa de financiamento para o segundo trimestre que iria emitir bilhetes a três e 11 meses, o IGCP decidiu avançar apenas com a colocação de dívida de mais curto prazo, numa altura de instabilidade para os mercados.
Portugal financiou-se em dívida de curto prazo com juro menos negativo. O país foi esta quarta-feira ao mercado para uma emissão de 500 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) com prazo em setembro de 2022 (ou seja, a três meses), num dia de volatilidade para os mercados de dívida.
"Apesar de Portugal ainda conseguir emitir com uma yield negativa, e receber pela emissão da mesma (yield negativa), a verdade é que essa esta tem vindo a descer de forma significativa", nota Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa. "A alta inflação que se faz sentir no mundo e o facto de estar a ser mais duradoura do que inicialmente se previa, tem levado os bancos centrais a terminarem mais cedo os planos de compra de ativos, assim como iniciar um ciclo de subidas de taxas".
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP colocou 500 milhões de euros na operação de emissão de BT, correspondendo ao montante indicativo para a colocação. O juro fixou-se em -0,302%, mais do dobro da taxa registada na última colocação comparável.
Em abril, o país conseguiu um juro de -0,655% para se financiar com a mesma maturidade. Já no que diz respeito à procura, foi agora de 2,13 vezes a oferta, enquanto em abril tinha sido 3,06 vezes superior.
Apesar de ter inscrito no programa de financiamento para o segundo trimestre que iria emitir bilhetes a três e 11 meses, o IGCP decidiu avançar apenas com a colocação de dívida de mais curto prazo, numa altura de instabilidade para os mercados.
A inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), com uma aceleração do fim da compra líquida de dívida para abrir a porta à subida dos juros de referência e travar a escalada da inflação, levou as "yields" das dívidas europeias a agravarem de forma generalizada.
"Os bancos centrais tentam adotar medidas que não coloquem em causa o crescimento económico. No entanto, a tarefa não tem sido fácil e o impacto imediato tem sido assistir a uma subida dos custos de financiamento em todos os setores da atividade económica e neste campo, os países mais endividados poderão ser os mais penalizados", acrescenta Filipe Silva.
Devido à turbulência nos mercados, o Conselho do BCE está esta quarta-feira reunido de emergência para discutir o recente "sell-off" de títulos de dívida a 10 anos dos países da moeda única. Na sessão desta terça-feira, Itália registou a subida mais expressiva, com os juros bateram os 4% pela primeira vez desde 2014.
Em Portugal, superaram a fasquia dos 3%, algo que não sucedia desde finais de julho de 2017, mas seguem agora a aliviar após o anúncio do encontro. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos negoceiam nos 2,977%.
(Notícia atualizada com comentário)
"Apesar de Portugal ainda conseguir emitir com uma yield negativa, e receber pela emissão da mesma (yield negativa), a verdade é que essa esta tem vindo a descer de forma significativa", nota Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa. "A alta inflação que se faz sentir no mundo e o facto de estar a ser mais duradoura do que inicialmente se previa, tem levado os bancos centrais a terminarem mais cedo os planos de compra de ativos, assim como iniciar um ciclo de subidas de taxas".
Em abril, o país conseguiu um juro de -0,655% para se financiar com a mesma maturidade. Já no que diz respeito à procura, foi agora de 2,13 vezes a oferta, enquanto em abril tinha sido 3,06 vezes superior.
Apesar de ter inscrito no programa de financiamento para o segundo trimestre que iria emitir bilhetes a três e 11 meses, o IGCP decidiu avançar apenas com a colocação de dívida de mais curto prazo, numa altura de instabilidade para os mercados.
A inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), com uma aceleração do fim da compra líquida de dívida para abrir a porta à subida dos juros de referência e travar a escalada da inflação, levou as "yields" das dívidas europeias a agravarem de forma generalizada.
"Os bancos centrais tentam adotar medidas que não coloquem em causa o crescimento económico. No entanto, a tarefa não tem sido fácil e o impacto imediato tem sido assistir a uma subida dos custos de financiamento em todos os setores da atividade económica e neste campo, os países mais endividados poderão ser os mais penalizados", acrescenta Filipe Silva.
Devido à turbulência nos mercados, o Conselho do BCE está esta quarta-feira reunido de emergência para discutir o recente "sell-off" de títulos de dívida a 10 anos dos países da moeda única. Na sessão desta terça-feira, Itália registou a subida mais expressiva, com os juros bateram os 4% pela primeira vez desde 2014.
Em Portugal, superaram a fasquia dos 3%, algo que não sucedia desde finais de julho de 2017, mas seguem agora a aliviar após o anúncio do encontro. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos negoceiam nos 2,977%.
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