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Portugal emite 1.500 milhões em dívida a curto prazo com juro superior a 3%
A República emitiu bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses. Na linha mais curta emitiu 850 milhões de euros e na mais longa colocou 650 milhões de euros. Os juros de ambas superam os 3%, embora tenham cedido face ao leilão comparável.
Portugal voltou esta quarta-feira ao mercado de dívida para se financiar, tendo colocado 1.500 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) em duas linhas com prazo de três e 11 meses. Os juros de ambas as emissões superaram os 3%, mas ficaram abaixo do último leilão comparável.
O montante indicativo global apresentado pela Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública – IGCP, aquando do anúncio desta emissão, situava-se entre os 1.250 milhões de euros e os 1.500 milhões de euros, tendo o IGCP emitido o valor máximo do intervalo. Apesar disso, o valor do montante colocado foi inferior ao do último leilão comparável, quando o IGCP emitiu 1.580 milhões de euros.
No leilão de hoje, a agência liderada por Miguel Martín colocou 850 milhões de euros na linha com maturidade que termina a 20 de setembro de 2024, com um juro de 3,646%. A procura superou a oferta em 1,70 vezes. Os juros desceram em relação ao último leilão comparável em que, na linha mais curta (a três meses), a agência de dívida tinha emitido 735 milhões de euros, com um juro de 3,769%. Neste caso, a procura excedeu 2,12 vezes a oferta.
Já na linha mais longa, que vence em 16 de maio de 2025, Portugal colocou 650 milhões de euros, com um juro de 3,420%, numa emissão em que a procura superou 2,5 vezes a oferta. No último leilão, na linha a 11 meses, Portugal tinha emitido 845 milhões de euros, pagando um um juro de 3,457%, num leilão em que a procura superou 2,50 vezes a oferta.
Tanto o valor emitido como o juro da dívida a três meses foram mais elevados do que o da linha a 11 de meses, uma vez que a inflação não está a descer tão rápido como desejado. "O Banco Central Europeu iniciou o ciclo de descida de taxas, mas as perspetivas relativas a novos cortes continuarão a depender dos dados económicos, uma vez que a inflação apesar de estar numa tendência descendente, não está a descer à velocidade desejada, o que faz com que continuemos num regime de inversão de curva de taxas de juro, onde o curto prazo continua a pagar mais que o longo prazo", explica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.
Quanto à instabilidade política em França, "a antecipação de eleições em França, fez subir o prémio de risco francês [a remuneração da dívida francesa face a outras dívidas], assim como de todos os países da periferia", refere Filipe Silva, o que "não foi suficiente para que o prémio de risco de Portugal subisse para níveis que tínhamos no início do ano". "Se viermos a ter uma nova descida de taxas no final do ano, é possível voltar a assistir a uma redução do prémio de risco nacional", conclui.
Notícia atualizada às 11:09
O montante indicativo global apresentado pela Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública – IGCP, aquando do anúncio desta emissão, situava-se entre os 1.250 milhões de euros e os 1.500 milhões de euros, tendo o IGCP emitido o valor máximo do intervalo. Apesar disso, o valor do montante colocado foi inferior ao do último leilão comparável, quando o IGCP emitiu 1.580 milhões de euros.
Já na linha mais longa, que vence em 16 de maio de 2025, Portugal colocou 650 milhões de euros, com um juro de 3,420%, numa emissão em que a procura superou 2,5 vezes a oferta. No último leilão, na linha a 11 meses, Portugal tinha emitido 845 milhões de euros, pagando um um juro de 3,457%, num leilão em que a procura superou 2,50 vezes a oferta.
Tanto o valor emitido como o juro da dívida a três meses foram mais elevados do que o da linha a 11 de meses, uma vez que a inflação não está a descer tão rápido como desejado. "O Banco Central Europeu iniciou o ciclo de descida de taxas, mas as perspetivas relativas a novos cortes continuarão a depender dos dados económicos, uma vez que a inflação apesar de estar numa tendência descendente, não está a descer à velocidade desejada, o que faz com que continuemos num regime de inversão de curva de taxas de juro, onde o curto prazo continua a pagar mais que o longo prazo", explica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.
Quanto à instabilidade política em França, "a antecipação de eleições em França, fez subir o prémio de risco francês [a remuneração da dívida francesa face a outras dívidas], assim como de todos os países da periferia", refere Filipe Silva, o que "não foi suficiente para que o prémio de risco de Portugal subisse para níveis que tínhamos no início do ano". "Se viermos a ter uma nova descida de taxas no final do ano, é possível voltar a assistir a uma redução do prémio de risco nacional", conclui.
Notícia atualizada às 11:09