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Portugal coloca 1.580 milhões de euros em dívida a curto prazo

A República emitiu Bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses. Na linha a três meses emitiu 735 milhões de euros e a 11 meses colocou 845 milhões de euros. Os juros de ambas as linhas superam os 3%.

A dívida portuguesa tem reagido de forma contida à crise política.
Vítor Mota
Mariana Ferreira Azevedo 17 de Abril de 2024 às 10:46
Portugal voltou esta quarta-feira ao mercado da dívida para se financiar, tendo emitido 1.580 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT). Os juros de ambas as emissões excederam os 3%, muito acima dos cerca de 2% pagos no último leilão comparável. 

O montante indicativo global apresentado pela Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública – IGCP, aquando do anúncio desta emissão, estava entre os 1.250 milhões de euros e os 1.500 milhões de euros.

O organismo liderado por Miguel Martín colocou 845 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro, que vencem a 21 de março de 2025, numa linha a 11 meses e paga um juro de 3,457%. A procura superou 2,50 vezes a oferta. O último leilão comparável foi realizado em fevereiro de 2023, quando o IGCP emitiu 300 milhões de euros a 11 meses e pagou um juro de 2,975%.

Já na linha mais curta que vence a 19 de julho de 2024, a agência de dívida emitiu 735 milhões de euros, com um juro maior de 3,769%. Neste caso, a procura excedeu 2,12 vezes a oferta. No último leilão da linha a três meses, realizado em fevereiro de 2023, o IGCP captou 450 milhões de euros com uma taxa de 2,568%.

"Continuamos num regime de curva invertida em taxas de juro, o que faz com que as taxas de curto prazo sejam superiores às de longo prazo, motivo pelo qual o leilão de 3 meses tem uma taxa superior à de 11 meses", aponta Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

A emissão é marcada por uma subida acentuada dos taxas, que no último leilão comparável, a fevereiro de 2023, rondavam os 2%, enquanto que neste leilão superaram os 3%. O movimento acompanha a tendência dos juros de referência do Banco Central Europeu (BCE) que estão agora mais elevados. 

No entanto, com a suavização da política monetária no horizonte, o especialista prevê que as taxas também comecem a aliviar.  "O BCE deverá iniciar o processo de descida de taxas de juro em junho, uma vez que os dados económicos estão a ir de acordo com as suas expetativas. Alterações para além dessa data serão avaliadas em cada reunião. Se a tendência se mantiver, é provável que venhamos a assistir a uma descida dos prémios de risco da dívida de curto prazo, não só de Portugal mas também dos restantes países da Zona Euro", explica o especialista. 


Notícia atualizada às 11:13
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