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Moody's reduz perspetiva de "rating" da China para "negativa" devido a endividamento

A agência de notação financeira passou o "outlook" da dívida soberana chinesa de "estável" para "negativa", justificando com o maior endividamento e o menor crescimento económico.

Um homem levando um papagaio de papel com a forma da bandeira nacional chinesa com os prédios do distrito financeiro de Lujiazui, em Xangai, na China, como pano de fundo.
Bloomberg
05 de Dezembro de 2023 às 10:43
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A agência de "rating" Moody's cortou esta terça-feira a perspetiva para a evolução da dívida soberana chinesa de "estável" para "negativa", citando menor crescimento económico no médio-prazo e preocupações com os elevados níveis de dívida da segunda maior economia mundial.

Em comunicado, a agência norte-americana explicou que a redução do "outlook" reflete a possibilidade cada vez maior de que as autoridades estatais terão de providenciar apoio financeiro aos governos e empresas locais com elevados níveis de endividamento. Esta ajuda financeira deverá gerar riscos na qualidade orçamental, económica e institucional da economia chinesa.

Esta alteração "reflete igualmente os riscos acrescidos relacionados com um crescimento económico persistentemente mais baixo a médio prazo e a redução em curso da dimensão do setor imobiliário", pode ler-se. A agência norte-americana estima que o crescimento da economia chinesa desacelere para 4% em 2024 e 2025 e uma média de 3,8% entre 2026 e 2030.

O "rating" das obrigações soberanas chinesas mantém-se em A1, o quinto nível de qualidade mais elevado. Esta é a primeira ação da Moody's sobre a China, depois do corte de Aa3 para A1 em 2017, que na altura também referia questões relacionadas com o crescimento económico e o nível de endividamento.

Em resposta à decisão da Moody's, o ministro das Finanças chinês mostrou-se desapontado com a decisão, referindo que acredita que a economia vai manter a sua recuperação e tendência positiva, acrescentando que os riscos derivados do setor imobiliário e governos regionais são controláveis.

"As preocupações da Moody's sobre as perspetivas de crescimento económico, a sustentabilidade orçamental e outros aspetos da China são desnecessários", disse, citado pela Reuters.

A economia chinesa tem tido dificuldades em recuperar do período pós-pandemia, penalizado pela crise em torno do setor imobiliário e pela falta de impacto dos estímulos económicos.

Em outubro, o presidente Xi Jinping sinalizou que uma forte desaceleração económica e riscos deflacionários não iriam ser tolerados, o que resultou num aumento do orçamento estatal, gerando o maior défice em três décadas.

Esta revisão permitiu ao governo central definir planos para, até ao final do ano, angariar um bilião de "yuans", cerca de 129 mil milhões de euros ao câmbio atual, para apoiar o setor da construção e estimular a economia. O défice orçamental passou assim de 3% do PIB para 3,8%.
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