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Mercado de obrigações desvaloriza 10% pela primeira vez numa década

Os títulos de dívida estão a ser pressionados pelo aumento da taxa de inflação e pela mudança de rumo nas políticas monetárias a nível global.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, adiantou que as próximas reuniões são críticas.
Thomas Lohnes /Epa
14 de Março de 2022 às 09:35
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O mercado de obrigações acumula uma queda de 10% face aos últimos máximos, com a subida da inflação e a expectativa de um início de subida de juros por parte dos bancos centrais a refletirem-se num agravamento das "yields" da dívida.

 

O índice agregado global da Bloomberg para dívida pública e de empresas desce cerca de 9,9% desde os máximos registados no início de 2021, naquela que é a maior descida desde 2008.

 

Segundo o índice da Bloomberg, as obrigações asiáticas denominadas em dólares já desvalorizaram cerca de 10,5% desde o último máximo, depois dos defaults na China terem subido para um recorde.

 

A escalada dos preços da inflação e a mudança no discurso dos bancos centrais, para conter a subida de preços, tem impulsionado o agravamento das taxas associadas às obrigações. Ainda assim, no caso das obrigações soberanas, a guerra na Ucrânia colocou um travão na subida, com estes títulos a beneficiarem com o seu estatuto de ativos de refúgio.

 

Apesar do conflito estar a complicar as opções dos bancos centrais, que, por um lado, têm como objetivo travar a subida da inflação, que está cada vez mais descontrolada, e, por outro, garantir que a economia não entra numa estagflação.

 

Na Europa, Christine Lagarde anunciou na semana passada o início da redução dos programas de compra de ativos, enquanto a Reserva Federal dos Estados Unidos deverá mesmo avançar esta semana com um aumento da taxa dos fundos federais.

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