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Lagarde protege com 17,3 mil milhões as dívidas de Itália, Portugal, Espanha e Grécia

O Banco Central Europeu reforçou, no mês passado, a aquisição de dívida dos países do sul, em detrimento da Alemanha, França e Países Baixos. A estratégia é aproveitar a flexibilidade dos montantes que atingem as maturidades.

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O Banco Central Europeu (BCE) está a usar a flexibilidade que tinha prometido na compra de dívida para proteger Itália e os restantes países do sul da Europa, incluindo Portugal, da subida das "yields". Os dados divulgados esta terça-feira pela autoridade monetária revelam que os reinvestimentos estão a ser feitos de forma direcionada.

Os dados do BCE referentes à compra de dívida no âmbito do programa pandémico (o PEPP) - cujas aquisições líquidas já foram terminadas, estando agora numa fase de reinvestimento dos montantes que atingem as maturidades - indicam que a quantidade de obrigações da Alemanha, França e Países Baixos detida recuou em 18,9 mil milhões de euros.

Em sentido contrário, a dívida de Itália, Espanha, Portugal e Grécia nas mãos do BCE aumentou em 17,3 mil milhões de euros. Os números são os primeiros divulgados pelo banco central liderado por Christine Lagarde desde que lançou o escudo anti-crise para evitar a fragmentação da Zona Euro.

O instrumento, que pretende travar o investimento especulativo, ainda não foi acionado - para o ser feito é precisa uma avaliação por parte do conselho de governadores com base na evolução do mercado - e os novos dados indicam que estará a optar por usar a flexibilidade que tem disponível.

"Parece que o BCE já acionou a sua primeira linha de defesa", disse Christoph Rieger, "head" de taxas de juro do Commerzbank, em declarações à Bloomberg sobre estes dados. "Esta é, de longe, a maior redução na dívida alemã desde que o BCE começou o 'quantitative easing' e é superior ao que esperávamos."

Foi a própria Lagarde que descreveu a flexibilidade como a primeira linha de defesa do BCE contra a volatilidade nos mercados financeiros, tendo à disposição 1,66 biliões de euros à medida que os ativos comprados na pandemia vão atingindo as maturidades.
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