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Juros de Portugal voltam a negociar acima dos 3,5%

A taxa das obrigações a dez anos está a acelerar, regressando a níveis acima da fasquia dos 3,5% no dia em que no Parlamento prossegue o debate do Orçamento do Estado para 2016.

Bloomberg
23 de Fevereiro de 2016 às 09:42
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Os juros da dívida nacional estão novamente a subir. A taxa a dez anos está de novo acima dos 3,5%, destacando-se nas subidas entre os pares europeus. Um agravamento que acontece no segundo dia de debate do Orçamento do Estado no Parlamento. E numa altura em que tem sido colocada em cima da mesa a discussão sobre a renegociação da dívida.

A "yield" das obrigações do Tesouro a dez anos está a registar uma subida de 8,2 pontos base para cotar nos 3,533%. Chegou a 3,55%. Na primeira sessão desta semana tinha descido, mas volta a destacar-se entre os restantes países do euro. A dimensão da subida é bastante mais expressiva do que a registada nos pares.

Em Espanha, a taxa sobe 1,6 pontos base para 1,669%, já em Itália regista-se um agravamento de 1,2 pontos com a "yield" a dez anos a cotar nos 1,531%. Na Alemanha, apesar de terem sido revelados indicadores negativos para a maior economia da Europa, a taxa está a subir ligeiros 0,2 pontos. Está a 0,177%.

Perante a subida registada pelas taxas portuguesas, o prémio de risco da dívida nacional face à da Alemanha está a subir para 330,7 pontos base. Está novamente a agravar-se, ainda que mantendo-se aquém do pico registado a 10 de Fevereiro, isto numa altura em que em Portugal está a ser debatida a proposta de Orçamento do Estado para 2016.

A Esquerda vai aprovar o Orçamento porque diz que a alternativa seria pior, sendo que em paralelo aumentam os pedidos para uma renegociação da dívida portuguesa. O líder parlamentar do PS, Carlos César, já admitiu que a renegociação da dívida é uma discussão "sempre em aberto".

"A discussão deve estar sempre em aberto, mas este Orçamento tem estas contas e é com estas contas que o apresentamos, e nestas contas não está prevista qualquer renegociação da dívida", disse, sublinhando, no entanto, que a eventual "revisão dos compromissos dos países devedores" numa "situação em que os seus encargos são inibidores do seu crescimento" é "uma questão central no debate europeu".

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