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Juros portugueses contrariam resto da Europa e avançam antes de leilão

Os juros da dívida portuguesa estão a avançar no mercado secundário, em contraciclo com a tendência na Europa, na sessão em que Portugal vai emitir obrigações do Tesouro, para angariar até 1.250 milhões de euros.

Mario Proenca/Bloomberg
14 de Outubro de 2015 às 09:00
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As taxas de juro das obrigações nacionais estão a avançar, esta quarta-feira, na maioria dos prazos, em contraciclo com a tendência de queda registada na Zona Euro. A incerteza em torno da formação do novo Governo em Portugal tem pressionado os juros da dívida, que avançaram no início da semana, mas recuaram na última sessão.

A "yield" das obrigações a 10 anos – a maturidade de referência – está a avançar 1,7 pontos base para 2,428%. A cinco anos, a "yield" está a apreciar 0,8 pontos base para 1,137%. A tendência de subida verifica-se em todas as maturidades, excepto a dois e três anos, em que as "yields" estão a recuar 0,3 pontos para 0,257% e 0,4 pontos para 0,447%.

Na Alemanha, os juros a 10 anos estão a recuar 2,9 pontos base para 0,558%. A tendência divergente faz aumentar o prémio de risco que os investidores pagam para apostar na dívida portuguesa em detrimento das "bunds" alemãs, que sobe para 187 pontos.

A mesma tendência de descida dos juros verifica-se em Espanha, onde a "yield" a 10 anos está a recuar 0,3 pontos base para 1,793%, e em Itália, que cai 2,1 pontos para 1,637%.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realiza esta quarta-feira, 14 de Outubro, um duplo leilão de obrigações do Tesouro (OT) a 10 e 22 anos, pretendendo angariar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros. Apesar da incerteza política, os analistas consideram que o momento do leilão é bom, tirando partindo dos juros baixos, devido ao programa de alívio quantitativo do Banco Central Europeu. Além disso, a data coincide com a maturidade de outros títulos no dia seguinte, o que pode incentivar os investidores a voltarem a apostar na dívida portuguesa no mercado primário.

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