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Juros atingem novos mínimos históricos na Europa
Portugal, Espanha, Itália e Irlanda destacam-se no mercado de dívida secundário, com as taxas de juro a atingirem novos mínimos históricos em dia de votação da extensão dos prazos dos empréstimos à Grécia.
As taxas de juro implícitas nas obrigações portuguesas, espanholas, italianas e irlandesas estão a descer e a renovar mínimos históricos. A excepção é a Grécia, cujas taxas voltam a subir, num dia em que o Parlamento alemão está a discutir, e votará, a extensão dos prazos dos empréstimos, depois do Eurogrupo ter chegado a acordo para dar mais quatro meses a Atenas.
A "yield" da dívida a 10 anos de Portugal está a cair 6,8 pontos para 1,804%, tendo tocado nos 1,786%, o que corresponde ao valor mais baixo de sempre. A tendência é de queda em todos os prazos, com a taxa associada à dívida a cinco anos a cair 4,9 pontos para 0,845% e a taxa a dois anos recua 3,0 pontos para 0,246%, de acordo com as taxas genéricas da Bloomberg.
O "spread" da dívida portuguesa face à alemã também está em mínimos de Maio de 2010, mês marcado pelo pedido de ajuda externo da Grécia, recuando para 148 pontos base.
Este cenário é partilhado por Itália, que vê o prémio de risco face às "bunds" descer para 98,50 pontos, quebrando assim a barreira dos 100 pontos pela primeira vez desde 2010, segundo a Bloomberg. A agência de informação americana realça que em Julho de 2012 o "spread" da dívida italiana situou-se nos 650 pontos. Esta descida do prémio surge numa altura em que a taxa de juro a 10 anos de Itália desce 3,1 pontos para 1,314%, enquanto os juros alemães sobem para 0,329%.
Irlanda, que esta semana viu a taxa de juro a 10 anos recuar para um valor abaixo de 1%, também acompanha a tendência, registando um recuo de 2,7 pontos para 0,857%, renovando igualmente o mínimo histórico.
Já a "yield" da dívida espanhola recua 3,1 pontos para 1,251%, na maturidade a 10 anos.
A Grécia contraria esta tendência de queda generalizada das taxas no mercado secundário, com os juros associados às obrigações a 10 anos a subir 7,1 pontos para 9,314%. Nos prazos mais curtos a subida é mais acentuada, com a dívida a três anos a avançar 22,1 pontos para 13,920%, e a cinco anos 22,8 pontos para 12,215%.
Depois do Eurogrupo ter chegado a acordo para estender o prazo dos empréstimos à Grécia por mais quatro meses, os Parlamentos da Alemanha, Países Baixos e Estónia terão de aprovar esta extensão, no âmbito dos procedimentos nacionais que todos os estados-membros têm de fazer. Contudo, só estes países, mais a Finlândia é que têm de ver aprovados nos seus Parlamentos esta extensão. Sendo que a Finlândia já disse que ia acelerar o processo, evitando a discussão parlamentar.
Na Alemanha a discussão já começou. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, pediu ao Parlamento que dê luz verde à extensão da ajuda à Grécia, ainda que tenha admitido ser uma decisão difícil.