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Juros travam subida após atingirem máximos pós-Brexit

As taxas de juro subiram um pouco por toda a Europa e EUA, a reflectir a incerteza após a vitória de Donald Trump para a presidência americana. Mas já aliviaram.

14 de Novembro de 2016 às 16:40
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A taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Portugal está a subir 7,2 pontos base para 3,556%, tendo chegado a disparar para 3,682%, o que corresponde ao nível mais elevado desde 24 de Junho, dia marcado pelos resultados do referendo no Reino Unido que ditou a vitória do "sim" à saída do país da União Europeia. A semana passada tinha sido marcada por subidas, mas no acumulado da semana os juros portugueses avançaram 19,3 pontos, quase tanto como chegou a subir esta segunda-feira, num movimento que não foi exclusivo de Portugal.

 

O comportamento foi transversal e reflectiu essencialmente os receios em torno da política que Donald Trump poderá seguir, depois de ter vencido as eleições nos EUA, e também depois de Vítor Constâncio, vice-presidente do BCE, ter dito que o banco central não tem intenções de reagir à recente subida dos juros na Europa.

 

Assim, os juros da Alemanha estão a subir 2,3 pontos para 0,331%, tendo chegado a aumentar quase nove pontos para o nível mais elevado desde 29 de Janeiro. Em máximos do início do ano estiveram também os juros dos EUA, cuja "yield" chegou a subir 15 pontos. O agravamento das "yields" atingiu assim também os activos considerados de refúgio, como é o caso das obrigações soberanas da Alemanha e EUA.

 

As taxas de Itália e Espanha também registaram subidas acentuadas, tendo entretanto aliviado. A "yield" italiana sobe 7,4 pontos para 2,094% e a espanhola avança 6,1 pontos para 1,534%

 

"Não vejo qualquer necessidade de reagir especificamente" a esta subida dos juros da dívida, afirmou esta segunda-feira, 14 de Novembro, Vítor Constâncio, acrescentando que este comportamento beneficia o sector financeiro.

 

As taxas de juro na Europa seguem assim a mesma tendência das dos EUA, à semelhança do que aconteceu na semana passada, depois de conhecidos os resultados das eleições americanas que deram a vitória a Donald Trump.


A incerteza sobre as políticas que o próximo presidente dos EUA pode implementar e as consequências em relação à política monetária da Reserva Federal (Fed) têm marcado as últimas sessões.

 

Na Europa, além da incerteza gerada por este factor e pelo Brexit, há também as dúvidas em torno do Banco Central Europeu. Quando é que o BCE vai começar a retirar o programa de compra de dívida, que se encontra nos 80 mil milhões de euros?

 

"A minha maior preocupação em relação aos mercados financeiros é sobre se o BCE vai começar" a retirar estímulos à economia e que vai acontecer depois, sublinhou, na semana passada, Anne Leclercq, responsável na agência de dívida belga numa conferência citada pela Bloomberg, realçando o risco de uma venda generalizada de obrigações. 

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