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Juros de Portugal disparam para máximos pós-Brexit a acompanhar resto do mundo
Os investidores estão expectantes em relação às políticas do próximo presidente dos EUA. Os juros estão a subir um pouco por todo o mundo. As taxas dos EUA e da Alemanha negoceiam mesmo em máximos de Janeiro.
A taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Portugal está a subir 16,9 pontos base para 3,653%. Os juros estão assim no nível mais elevado desde 24 de Junho, dia marcado pelos resultados do referendo no Reino Unido que ditou a vitória do "sim" à saída do país da União Europeia. A semana passada tinha sido marcada por subidas, mas no acumulado da semana os juros portugueses avançaram 19,3 pontos, quase tanto como esta segunda-feira.
Mas a subida dos juros não é exclusiva de Portugal. O comportamento está a ser transversal. Os juros da Alemanha estão a subir 5,0 pontos para 0,359%, o que representa o nível mais elevado desde 29 de Janeiro. Em máximos do início do ano estão também os juros dos EUA, cuja "yield" está a subir 10,78 pontos para 2,2579%. O agravamento das "yields" está assim a atingir também os activos considerados de refúgio, como é o caso das obrigações soberanas da Alemanha e EUA.
As taxas de Itália e Espanha também estão a subir mais de 11 pontos para 2,137% (máximos de Julho de 2015) e para 1,593%, o máximo de Junho deste ano.
As taxas de juro na Europa seguem assim a mesma tendência das dos EUA, à semelhança do que aconteceu na semana passada, depois de conhecidos os resultados das eleições americanas que deram a vitória a Donald Trump.
A incerteza sobre as políticas que o próximo presidente dos EUA pode implementar e as consequências em relação à política monetária da Reserva Federal (Fed) têm marcado as últimas sessões.
Na Europa, além da incerteza gerada por este factor e pelo Brexit, há também as dúvidas em torno do Banco Central Europeu. Quando é que o BCE vai começar a retirar o programa de compra de dívida, que se encontra nos 80 mil milhões de euros?
"A minha maior preocupação em relação aos mercados financeiros é sobre se o BCE vai começar" a retirar estímulos à economia e que vai acontecer depois, sublinhou, na semana passada, Anne Leclercq, responsável na agência de dívida belga numa conferência citada pela Bloomberg, realçando o risco de uma venda generalizada de obrigações.