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Itália planeia colocar dívida a 50 anos pela primeira vez

O Ministério das Finanças transalpino confirmou a intenção de, pela primeira vez, emitir obrigações de dívida pública com maturidade a 50 anos, aproveitando a tendência de queda dos títulos de dívida nos mercados secundários.

11 Matteo Renzi – Itália – 98,96 mil euros
REUTERS
03 de Outubro de 2016 às 19:01
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De acordo com uma notícia avançada na tarde desta segunda-feira, 3 de Outubro, pelo Financial Times, o Governo italiano pretende avançar, pela primeira vez na história do Estado transalpino com a emissão de dívida pública com maturidade a 50 anos.

 

Segundo um comunicado do Ministério das Finanças de Itália, o título de dívida atingirá a maturidade em 1 de Março de 2067 e deverá ser emitido "no futuro próximo", com a venda a dever ser monitorizada por instituições como a Banca IMI, o BNP Paribas, o Goldman Sachs, o HSBC France, o JP Morgan Securities e ainda o Unicredit.

 

A justificar esta decisão está a tendência, que se acentuou nas últimas semanas, de quebra da "yield" exigida pelos investidores nos mercados secundários para adquirirem obrigações associadas às obrigações de dívida pública transalpina. Tendência que se verifica em especial nos títulos com maturidades mais longas.

 

Depois de na semana passada a taxa de juro associada às obrigações italianas no prazo a 10 anos ter recuado para o valor mais baixo desde Março de 2015, a "yield" dos títulos com esta maturidade está esta segunda-feira a registar uma ligeira subida para os 1,266%. 

Este comportamento das taxas de juro associadas às obrigações de dívida italiana, e que se alarga à generalidade dos países que integram a Zona Euro, justifica-se com a persistente baixa inflação registada no bloco da moeda única e também com a disponibilidade do Banco Central Europeu (BCE) para continuar as políticas vigentes de estímulo económico.

 

Também a apoiar esta decisão do Governo liderado por Matteo Renzi estão os recentes leilões de dívida a 50 anos levados a cabo com sucesso por parte de Espanha, Bélgica e França.

 

Ainda assim, as obrigações transalpinas não têm beneficiado de uma tendência tão positiva com a que vem afectando os títulos espanhóis, pese embora Espanha continuar mergulhada numa crise política que mantém o país há mais de 10 meses sem um governo em plenitude de funções.

 

Roma estará a ser prejudicada pelo receio dos mercados em relação ao referendo constitucional italiano promovido por Renzi, agendado para o início de Dezembro, e do qual o primeiro-ministro italiano faz depender a sua continuidade à frente do Executivo.

 

Esta segunda-feira o jornal Corriere della Sera publica uma sondagem que dá a vitória do "não" às alterações propostas pelo Governo com 52%, contra os 48% conseguidos pelos partidários do "sim" às reformas com que Renzi pretende assegurar maior estabilidade governativa a um país habituado a sucessivas crises políticas.

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