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Investimento das famílias na dívida do Estado duplicou desde 2014

As famílias continuam a reforçar o investimento em produtos que financiam o Estado. Mais de 11% da dívida directa do Estado está nas mãos de pequenos investidores de retalho. E o montante aplicado tem batido recordes. Duplicou desde meados de 2014.

Bruno Simão/Negócios
22 de Dezembro de 2016 às 20:00
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Durante o mês de Novembro, as famílias aplicaram 1.500 milhões em obrigações do tesouro de rendimento variável (OTRV), a que se somaram subscrições líquidas de 237 milhões de euros em certificados de poupança, segundo dados do IGCP divulgados esta quinta-feira. No total, os aforradores tinham 27.365 milhões de euros aplicados em títulos de dívida do Estado, um novo máximo.

 

Os certificados de aforro têm um "stock" de 12.947 milhões de euros, os do tesouro de 10.968 milhões e as novas OTRV têm já um saldo vivo de 3.450 milhões de euros.

No total, o montante aplicado nestes instrumentos corresponde a 11,5% do total da dívida do Estado, o dobro do peso que se verificava no início de 2013 e a proporção mais elevada desde meados de 2010.

 

Retalho garante 25% do financiamento

 

A aposta das famílias na dívida do Estado é explicada pelos baixos retornos dos depósitos bancários e também pelos novos produtos de poupança lançados pelo Estado.

A estratégia tem permitido às famílias terem um peso cada vez mais elevado no financiamento, ajudando a diminuir o recurso ao mercado.

 

Tendo em conta os dados de final de Novembro, as famílias garantiram um financiamento de 6.645 milhões de euros ao Estado desde o início do ano. Este valor corresponde a um quarto do total do financiamento do Estado este ano: 25.800 milhões de euros.

O peso ainda pode subir, já que para se alcançar a indicação dada pelo IGCP, o Estado necessita de angariar mais 459 milhões de euros em certificados em Dezembro.

 

Apesar da reconquista da confiança das famílias, as estimativas para o próximo ano são mais conservadoras. O IGCP prevê obter 1.500 milhões em certificados em 2017, menos de metade do que obteve este ano.

Os certificados de aforro beneficiam de um prémio de 1%. Mas o prazo desse extra de remuneração termina no final do ano. O ministério das Finanças e o IGCP ainda não deram indicações sobre se esse prémio continuará em vigor.

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