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IGCP emite mil milhões de euros com juros negativos e procura elevada

O IGCP realizou um duplo leilão de dívida a curto prazo, tendo financiado mil milhões de euros, a juros negativos. A procura, tanto na emissão a três meses como a 11 meses, foi elevada.

Bruno Simão
20 de Fevereiro de 2019 às 10:45
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) foi ao mercado, tendo emitido mil milhões de euros a juros negativos. O objetivo era financiar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.

 
A agência liderada por Cristina Casalinho emitiu 150 milhões de euros a três meses (maturidade em maio de 2019), com uma taxa de -0,389%, um valor menos negativo do que o registado na última emissão comparável. A procura nesta emissão foi de 6,03 vezes a oferta.

Na dívida com maturidade a 11 meses (janeiro de 2020), o IGCP colocou 850 milhões de euros, tendo acordado uma taxa de -0,363%, mais negativa do que no último leilão comparável. A procura foi de 2,34 vezes a oferta.

A última vez que Portugal emitiu dívida a três e 11 meses foi em outubro, tendo na altura sido fixada uma taxa de -0,260%, para a emissão mais longa, e de -0,426%, nos bilhetes dos Tesouro a três meses.

Portugal conseguiu assim emitir dívida com taxas de juro ainda mais negativas no prazo a 11 anos, numa altura em que, no mercado secundário, as taxas de juro implícitas da dívida nacional têm descido para mínimos. Portugal tem beneficiado de vários fatores, nomeadamente da incerteza em torno de Itália e Espanha, os receios sobre o crescimento económico da Zona Euro e, consequentemente, das mensagens que têm sido deixadas por responsáveis do Banco Central Europeu (BCE), que têm alertado para a travagem significativa da economia, o que poderá ditar uma mudança na orientação da política monetária.

A descida de juros no mercado secundário não tem sido um exclusivo da dívida nacional. Os juros das bunds também têm recuado e o seu desempenho tem aumentado a especulação sobre a aproximação de uma recessão económica

 

Este ano o IGCP já efetuou um duplo leilão de bilhetes do Tesouro, com maturidade de cerca de seis meses e um ano, tendo conseguido um encaixe de 1,75 mil milhões de euros. Na emissão de títulos a seis meses (19 de julho de 2019) a "yield" ficou em -0,399%, enquanto nos títulos de maturidade a 12 meses (17 de janeiro de 2020), a taxa ficou em -0,36%. 

Os custos de financiamento do Estado desceram neste leilão, tal como aconteceu na emissão de dívida de longo prazo concretizada na semana passada. O IGCP colocou 705 milhões de euros em títulos a 10 anos (maturidade a 15 de junho de 2029), oferecendo a taxa de rendibilidade mais baixa de sempre neste prazo: 1,568%. No leilão de obrigações a 15 anos (maturidade a 18 de abril de 2034) a taxa ficou nos 2,045%.

(Notícia atualizada às 10:55 com mais informação)

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