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Fitch continua a ser a agência que dá melhor nota a Portugal após manter rating

A agência de notação financeira Fitch decidiu não mexer na classificação nem na perspectiva da dívida soberana de Portugal.

30 de Novembro de 2018 às 21:07
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A Fitch manteve a classificação da dívida soberana de longo prazo da República Portuguesa e também reafirmou o "outlook" (perspectiva para a evolução).

 

A entidade atribui actualmente à dívida portuguesa um rating de "BBB" e uma perspectiva estável, sendo por isso a melhor avaliação entre as três maiores agências de notação financeira (Standard & Poor's, Moody's e Fitch).

A classificação de "BBB" corresponde ao penúltimo nível de investimento de qualidade. A S&P e a Moody's atribuem um "BBB -", último patamar desta categoria. Abaixo, já é uma notação de "lixo" (categoria de investimento especulativo).

"Os desenvolvimentos a nível macroeconómico e orçamental, desde a nossa última anaálise, em Maio de 2018, continuaram a sustentar a avaliação da Fitch de que o endividamento público continua a diminuir", diz o relatório divulgado esta sexta-feira, 30 de Novembro.

 

O rácio da dívida pública face ao PIB era de 124,8% no final de 2017 e a Fitch estima que recue para 121,5% no final deste ano e para perto de 95% em 2027.

A Fitch realça ainda o "crescimento dinâmico das exportações desde 2009", que considera ser "um dos principais motores do ajustamento económico de Portugal".

E apesar das previsões de desaceleração económica, as perspectivas continuam positivas com a ajuda do aumento do emprego e da queda da taxa de desemprego.

 

"O ciclo económico português atingiu o seu pico em 2017, quando o PIB cresceu 2,8%. Seguiu-se um abrandamento gradual nos três primeiros trimestres de 2018 e a Fitch estima que a economia desacelerará mais em 2019 e em 2020 – projectando um crescimento do PIB de 2,2% em 2018, e de 1,8% em 2019 e 2020.

Mas, apesar desta desaceleração, o crescimento do emprego continua forte e a taxa de desemprego caiu para 6,6% em Setembro de 2018. A taxa de desemprego está mais de 10 pontos percentuais abaixo do seu pico de 17,5% em inícios de 2013", sublinha a agência.

 

Ao mesmo tempo, destaca o relatório da Fitch, "existem alguns sinais de uma maior pressão nos preços e nos salários nacionais, pelo que a inflação subjacente e o deflator do PIB continuarão moderados nos próximos dois anos, limitando o crescimento do PIB nominal".

A agência aponta ainda o facto de os principais bancos portugueses terem regressado todos aos lucros em 2017, graças à redução dos custos operacionais e dos encargos com o crédito malparado. Mas deixa avisos.

 

"A capitalização e a qualidade dos activos também melhoraram, sustentadas pela retoma económica, mas continuam mais fracas do que as da maioria dos pares nas economias da periferia do euro. O elevado nível de malparado continua a ser uma debilidade, se bem que tenha diminuído de perto de 18% em 2016 para 12% no final de Junho de 2018, através das vendas de carteiras, amortizações e remédios", salienta.

O que pode mexer no rating… para cima e para baixo

 

A Fitch refere que os principais factores que podem, a título individual ou conjunto, levar a uma acção de rating positiva são o registo de uma redução substancial adicional do rácio da dívida pública face ao PIB; a evidência de uma potencial de crescimento significativamente mais forte no médio prazo, superando os 2%, sem penalizar o necessário ajustamento externo; e a prossecução de um sólido crescimento das exportações que conduza a um aumento do excedente das contas correntes e a uma rápida diminuição da dívida externa líquida.

 

Já os factores que poderão contribuir negativamente são a inversão da tendência de redução do rácio da dívida pública face ao PIB; e novas tensões no sector financeiro que requeiram um significativo apoio público adicional e/ou afectem a estabilidade financeira e as perspectivas para o crescimento.

Já todas as agências colocam a dívida portuguesa acima de "junk"


Recorde-se que em Setembro do ano passado, pela mão da S&P, e na recta final do ano por iniciativa da Fitch, a dívida pública portuguesa saiu do "lixo, onde esteve cerca de cinco anos e meio. A melhoria das perspectivas económicas e a redução da dívida pública estiveram entre as razões apontadas pelas agências. A Moody's fez o mesmo já este ano, a 12 de Outubro.

A Fitch, ao ter elevado a notação da dívida da República em dois níveis, ficou a ser a agência - entre as três principais - que melhor classificação dá a Portugal. Mas, se atendermos à canadiana DBRS, no passado dia 5 de Julho também esta agência subiu o rating de Portugal para o penúltimo nível do investimento de qualidade.

 

Enquanto foi a única agência que mantinha Portugal acima de lixo, a DBRS tinha o poder de ligar ou desligar Portugal da máquina do Banco Central Europeu (BCE), uma vez que era a única que garantia a elegibilidade da dívida nacional para os programas de compra do BCE.

(notícia actualizada às 22:52)

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