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Estado aumenta emissão de obrigações de retalho para 1.200 milhões

O governo reviu em alta a meta para a emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Mais do que duplicou o objectivo a colocar, passando de 500 milhões para 1.200 milhões de euros.

Pedro Elias/Negócios
02 de Agosto de 2016 às 20:47
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A procura pelas Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) está a ser forte. E isso levou o governo a rever em alta o montante a emitir nestes títulos de dívida destinados para os investidores de retalho. A meta passou de 500 milhões de euros para 1.200 milhões de euros, segundo a agência que gere o crédito público, o IGCP. Isto depois de a procura ter-se aproximado dos mil milhões de euros logo no primeiro dia de subscrição.

"O Conselho de Administração do IGCP decidiu aumentar o valor nominal global da emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável denominada 'OTRV AGOSTO 2021' para mil e duzentos milhões de euros", referiu a entidade por Cristina Casalinho (na foto). O IGCP tinha até esta terça-feira para rever em alta o valor a emitir.

O momento escolhido para avançar com a emissão de OTRV coincide com um período em que há um aumento do rendimento disponível. Por um lado, ocorre num período em que muitas famílias recebem o subsídio de férias e os reembolsos do IRS. Por outro, pode tirar "também partido do afluxo atípico de emigrantes no Verão", referiu recentemente Paula Carvalho, economista-chefe do BPI.

É a segunda vez que o Estado emite títulos deste tipo. Já o havia feito em Maio. Também nessa altura o montante a colocar foi revisto em alta, de 350 milhõ­es para 750 milhões de euros. Nessa operação a procura por estes títulos superou os 1.200 milhões de euros.

Oferta termina a 9 de Agosto

As OTRV podem ser subscritas até às 15 horas de 9 de Agosto. Caso a procura seja superior aos 1.200 milhões definidos pelo Estado, haverá lugar a rateio. A partir de 4 de Agosto, esta quinta-feira, acaba o prazo para revogar as ordens de subscrição.

Este produto tem uma maturidade de cinco anos e tem uma componente fixa e outra variável na remuneração. A taxa anual nominal bruta mínima é de 2,05% a que poderá ser acrescido o valor da Euribor a seis meses. No entanto, este indexante está em valores negativos o que implica uma contribuição nula da componente variável da remuneração deste produto.

No entanto, contrariamente aos certificados, as OTRV têm de ser subscritas junto de entidades bancárias, o que aumenta os custos para deter estes instrumentos. Estes variam de banco para banco mas, na maior parte, deduzidos os impostos sobre o rendimento e as comissões cobradas pelas instituições financeiras, a rentabilidade fica abaixo de 1% para um investimento de dez mil euros. A CMVM dispõe de um simulador para os investidores calcularem a taxa que poderão obter com este investimento em cada intermediário financeiro.

Além das OTRV, o Estado tem ainda outros instrumentos para captar a poupança do retalho. É o caso do Certificados do Tesouro Poupança Mais, que têm juros crescentes (que vão de 1,25% no primeiro ano a 3,25% no quinto ano). A taxa efectiva ilíquida é de 2,23% para quem os detenha pelo prazo de cinco anos. Já os Certificados de Aforro dispõem de uma remuneração de 0,704% para subscrições que sejam feitas em Agosto. 

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