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Estado quer financiar-se até 1.250 milhões em títulos a cinco e oito anos

O Estado regressa aos mercados de financiamento de médio e longo prazo na próxima quarta-feira. Objectivo é obter entre 1.000 e 1.250 milhões de euros de financiamento.

Pedro Elias/Negócios
07 de Abril de 2017 às 13:12
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A agência que gere o crédito público anunciou um novo leilão de Obrigações do Tesouro, a incidir sobre títulos com maturidade em Outubro de 2022 e Outubro de 2025, e que será realizado na próxima quarta-feira, 12 de Abril. O montante indicativo da operação é de entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros, segundo um comunicado divulgado pela agência liderada por Cristina Casalinho esta sexta-feira, 7 de Abril. E a operação de financiamento acontece na semana anterior à avaliação da DBRS ao "rating" de Portugal.

 

Será o quarto leilão de Obrigações do Tesouro (OT) deste ano, com o IGCP a manter o ritmo de uma operação deste tipo por mês. Além dos leilões, o Estado fez ainda uma emissão sindicada no início do ano. Caso o Tesouro coloque o montante máximo previsto na operação da próxima quarta-feira, o valor emitido em OT atinge cerca de 6.550 milhões de euros.

 

As OT são a principal fonte de financiamento do Estado. Nas apresentações feitas aos investidores, o IGCP tem sinalizado que pretende obter, no total do ano, 15 mil milhões de euros de financiamento através deste instrumento. Caso coloque o montante máximo previsto, o Tesouro garante cerca de 44% do financiamento previsto para 2017. Cristina Casalinho tem sinalizado que "tipicamente nos primeiros seis meses assegura-se cerca de 75% do financiamento do ano".

 

Custos mais elevados

Apesar de Portugal estar a avançar no plano de financiamento, os custos sobem este ano. Segundo dados do IGCP, referentes aos primeiros meses do ano, o custo da dívida emitida foi de 3,4%, acima do valor de 2,5% registado em 2016. O custo da nova dívida está ligeiramente acima do custo do "stock" da dívida que era, no final do ano passado, 3,2%. No entanto, face ao período de maior pressão nos juros nacionais, em finais de Janeiro e início de Fevereiro, a taxa exigida pelos investidores aliviou nos títulos que serão alvo desta operação.

 

Na OT de 2022, a taxa no mercado secundário, um barómetro de quanto o Estado terá de pagar para emitir, é de 2,2%. O valor é mais baixo que o pico de 2,8% atingido no início de Fevereiro. E compara com a "yield" de 2,4% exigida no final de 2016. Já na OT de 2025, a taxa actual no mercado secundário é de 3,339%. Aliviou depois de ter ultrapassado a fasquia de 4% este ano e está mais baixa que os 3,54% verificados no final do ano passado.

 

Apesar deste alívio, ao longo de 2016, o IGCP conseguiu financiar-se a cinco anos a taxas abaixo dos juros implícitos actualmente no mercado secundário. No ano passado, o Tesouro conseguiu fazer quatro leilões de OT a cinco anos com taxas de juro abaixo de 2%.

 

DBRS avalia Portugal a 21 de Abril

A operação de financiamento ocorre na semana anterior à avaliação da DBRS ao "rating" de Portugal. A agência canadiana é a única, das quatro seguidas pelo BCE, que avalia Portugal acima da classificação vista como "lixo" pelos mercados, o que segura as OT como activo elegível nas operações de política monetária do banco central.

 

A agência avalia Portugal em BBB (baixo), um nível acima de "lixo". Mas tem o "rating" em tendência estável, o que sinaliza que não antecipa alterações no médio prazo. Na última análise a Portugal, feita em Outubro do ano passado, a agência referiu que "a tendência estável reflectia o progresso de Portugal na redução do défice orçamental e das medidas proactivas para fortalecer o sector bancário". 


(Notícia actualizada às 13:48 com mais informação)

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