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EDP obtém 600 milhões em dívida com taxa de 2,4%

Depois da Brisa Concessões Rodoviárias, foi a vez de a eléctrica ir ao mercado para colocar obrigações a sete anos. Obteve um financiamento duas vezes superior.

Miguel Baltazar/Negócios
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A Energias de Portugal (EDP) foi bem-sucedida no regresso ao mercado. A eléctrica conseguiu obter 600 milhões de euros em dívida a sete anos, o mesmo prazo a que a Brisa Concessões Rodoviárias (BCR) já tinha emitido. Tanto a BCR como, agora, a EDP estão a tirar partido do crescente apetite dos investidores por estes títulos perante o anúncio de compra de dívida de empresas por parte do Banco Central Europeu (BCE).

A colocação da EDP arrancou com um prémio indicativo de 225 pontos base acima da taxa "mid swap", que serve como referência para as emissões de obrigações na Zona Euro. Acabou, no entanto, por se reduzir para 215 pontos, segundo dados da Bloomberg. Este prémio mais a taxa de juro a sete anos, de 0,258%, levou o juro da emissão a situar-se em torno dos 2,4%.


Tanto o prémio como a taxa final ficaram acima dos 2,035% que a BCR conseguiu na emissão de dívida no arranque desta semana, com o mesmo prazo. Mas enquanto a concessionária de auto-estradas obteve 300 milhões de euros, a EDP foi financiar-se em 600 milhões de euros numa operação assessorada pelo BBVA, o Millennium BCP, o CaixaBank, o Haitong Bank, o ING, o Mediobanca, o Mizuho, o Royal Bank of Scotland e o Citi.


As empresas portuguesas estão, tal como outras cotadas europeias, a aproveitar a oportunidade criada pelo BCE para recorrerem ao mercado. Na semana passada, Mario Draghi anunciou que o banco central começaria a comprar obrigações de empresas com "ratings" de qualidade, o que levou a uma descida das taxas exigidas pelos investidores para deterem estes títulos.


Os analistas consideram que esta medida ajudará as empresas a diminuir a factura com juros e levará a uma intensificação da gestão que as emitentes fazem da dívida de forma a obterem poupanças.

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