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Draghi empurra juros portugueses para novos mínimos de Maio de 2015

A 'yield' das obrigações portuguesas a dez anos atingiu um valor que não era registado há quase dois anos e meio, depois de o BCE ter anunciado um prolongamento do programa de compra de activos.

Bruno Simão
27 de Outubro de 2017 às 09:45
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Os juros da dívida soberana portuguesa tocaram esta sexta-feira, 27 de Outubro, num novo mínimo de Maio de 2015, "empurrados" pelas decisões anunciadas ontem pelo Banco Central Europeu (BCE).

A ‘yield’ associada às obrigações portuguesas a dez anos está a descer 2,1 pontos para 2,217%, um valor que não era alcançado desde 5 de Maio de 2015, uma sessão em que os juros baixaram para os 2,093%.

O alívio nas ‘yields’ estende-se à generalidade dos países do euro que já ontem beneficiaram das garantias de que a autoridade monetária vai continuar no mercado. Nesta altura, os juros da dívida soberana de Espanha a dez anos recuam 0,5 pontos para 1,532% enquanto em Itália a descida é de 2,0 pontos para 1,930% e na Alemanha de 0,2 pontos para 0,413%.

Este recuo coloca o risco da dívida portuguesa – medido pelo spread face à dívida germânica – nos 180,4 pontos, o valor mais baixo desde Dezembro de 2015.

A descida dos juros da dívida no mercado secundário acontece depois de o BCE ter anunciado que vai continuar a comprar activos financeiros pelo menos até Setembro do próximo ano, podendo mesmo ir para além desse prazo caso se revele necessário. Apesar da extensão da duração o programa, o seu valor foi reduzido para metade – de 60 mil milhões para 30 mil milhões de euros por mês – o que já era esperado pelo mercado.

Além disso, o valor dos títulos que cheguem à maturidade continuará a ser reinvestido até à maturidade, num montante que, em média, poderá rondar os 10 mil milhões de euros mensais; e as taxas de juro manter-se-ão nos níveis actuais "bem para lá" do fim das compras líquidas de activos.

No caso de Portugal, a redução do valor mensal das compras não deverá ter impacto, já que o banco central tem vindo a comprar obrigações portuguesas aquém dos limites já há vários meses.

Em Setembro, as compras foram de 494 milhões de euros, depois de terem chegado a totalizar mil milhões no início do programa. 

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