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DBRS duvida que novas eleições desviem Portugal da "prudência orçamental" e da "redução da dívida"
DBRS salienta que na última década Portugal registou "desempenho superior ao dos seus pares nos principais indicadores" de governação. Olhando para o futuro, sublinha que o desafio maios imediato é a gestão dos fundos provenientes do PRR.
Portugal tem um "desempenho superior ao dos seus pares nos principais indicadores" de governação. Quem o diz é a DBRS, que olha para o futuro do país com otimismo. A agência de "rating" duvida que havendo novas eleições, estas possam desviar a trajetória de Portugal da "redução de dívida" e da "prudência orçamental".
"Na última década, os governos portugueses têm-se caracterizado por posições minoritárias e por ameaças recorrentes de votos de censura e de eleições antecipadas". No entanto, estas situações "não deterioraram" o desempenho medido pelos "principais indicadores mundiais de governação", atualizados recentemente pelo Banco Mundial e pela Brookings Institution, especializada em "research".
"No que diz respeito à eficácia do Governo e à estabilidade política, Portugal tem, na maior parte [das vezes], superado o desempenho dos seus pares na Zona Euro, desde o início da década de 2010 até agora", sublinha a agência de "rating".
Os analistas frisam que durante este período Portugal realizou "reformas estruturais" e registou uma "rápida recuperação orçamental" e assistiu a uma "recuperação económica".
Assim, a DBRS considera que existe "um baixo risco de que o futuro eleitoral desvie" o país do "longo compromisso de uma década para com a uma política de prudência orçamental e de redução de dívida".
"Uma mudança de Governo não significa necessariamente uma deterioração da estabilidade política ou da eficácia do governo", afirma Jason Graffam, número dois do departamento de "global sovereign ratings" da DBRS.
Para já, o maior desafio do governo liderado por António Costa, como para o seus sucessores, é "gerir adequadamente os fundos da UE", proveniente do Plano de Recuperação e Resiliência, "numa altura em que o crescimento económico parece estar prestes a abrandar", acrescenta Jason Graffman.
Em julho, a DBRS reviu em alta o "rating" da República de "A (low)" para "A", o sexto nível mais elevado, mantendo a perspetiva estável. Na altura a agência de "rating" já afirmava que esta revisão refletia, entre outros fatores, "a melhoria material nos resultados orçamentais e de endividamento".
No final de setembro, foi a vez da Fitch, que melhorou o "rating" de do país, colocando-o em quatro níveis acima de "lixo". A agência de notação financeira elevou assim a classificação da dívida soberana portuguesa de "BBB+" para "A-" com perspetiva estável.
Já a S&P e a Moody’s ainda não mexeram nos "ratings" da República, tendo apenas alterado as perspetivas. Em maio, a Moody’s reviu em alta a perspetiva de "estável" para "positiva". Em setembro também a S&P melhorou perspetiva da dívida portuguesa para "positiva"