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S&P melhora perspetiva para o rating de Portugal

A agência de notação financeira elevou o "outlook" da dívida soberana, de estável para positivo, o que sinaliza a possibilidade de, no curto prazo, fazer um "upgrade" da classificação da República.

Pedro Nunes/Reuters
08 de Setembro de 2023 às 21:06
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A Standard & Poor’s manteve a notação da dívida soberana de Portugal no antepenúltimo grau da categoria de investimento de qualidade (ou seja, três níveis acima de "lixo"), mas melhorou o "outlook" (perspetiva para a evolução da qualidade da dívida - e, consequentemente, do rating), que passou de estável para positivo.

 

Foi a 9 de setembro do ano passado que a S&P elevou o rating da dívida portuguesa para o atual nível, ao passar de BBB para BBB+. Nessa altura, o "outlook" tinha-se mantido estável e assim continuou na avaliação de março passado. Agora, a agência decidiu melhorar a perspetiva, o que sinaliza a possibilidade de subida da classificação da República na próxima avaliação.

"Apesar dos ventos contrários externos, a economia portuguesa deverá registar um crescimento médio do PIB de 2% no período de 2024-2026, refletindo um resiliente setor dos serviços e uma grande entrada de fundos da União Europeia", sublinha a agência no relatório hoje divulgado.

 

Além disso, "estimamos que a política orçamental do governo leve a uma redução da dívida líquida face ao PIB, de 99% em 2023 para 87% no final de 2026, naquela que será uma das maiores descidas na Europa".

 

"Apesar de um crescimento mais elevado do que os seus parceiros comerciais, o posicionamento externo de Portugal (incluindo as transferências da UE) continua a estar equilibrado", aponta o relatótio.

 

Por tudo isto, diz a S&P, "revemos a perspetiva de Portugal para positiva e reiteramos o rating da dívida de longo prazo em BBB+", conclui.

Assim, o "’outlook’ positivo reflete a nossa convicção de que a posição externa e orçamental de Portugal irá melhorar gradualmente, em percentagem do PIB e em receitas de exportação, sustentada pelo turismo e pelos investimentos no âmbito dos vastos fundos da UE", diz a agência.

 

"No nosso entender, a pragmática e prudente tomada de decisões políticas sustentará uma forte queda da dívida pública", sublinha a S&P.

A agência aponta ainda os gatilhos que a poderão levar a fazer rever em alta o rating da dívida soberana de Portugal ou baixar a perspetiva.

 

No cenário de subida da notação, a S&P diz que poderá fazê-lo nos próximos 24 meses se a posição externa do país se reforçar, "nomeadamente através de uma diminuição das necessidades de financiamento externo ou da dívida externa de curto prazo, ou se o crescimento económico for significativamente mais forte do que aquilo que a agência atualmente prevê".

 

Por outro lado, "podemos rever o ‘outlook’ para estável nos próximos 24 meses se as previstas mehorias na posição externa da economia e na situação orçamental do país não se materializarem". E "isto poderá ocorrr, por exemplo, se as contas correntes de Portugal se deteriorarem, ou se a dívida pública não descer devido a pressões com a despesa".

Como é habitual, cada agência faz duas avaliações por ano. As quatro maiores que são consideradas pelo BCE para o programa de compras estão na fase da segunda ronda, faltando a Fitch a 29 de setembro e a Moody’s a 17 de novembro

(notícia atualizada às 21:38)

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