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DBRS deve subir em breve rating de Portugal. Para já, melhorou a perspetiva

A agência canadiana DBRS decidiu elevar a perspetiva para a evolução da dívida de longo prazo de Portugal, de estável para positiva, o que indica que em breve poderá subir o rating e passar a ser a agência que dá melhor classificação à República.

Reuters
05 de Abril de 2019 às 21:06
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A agência de rating canadiana Dominion Bond Rating Service (DBRS) manteve a classificação da dívida soberana portuguesa no penúltimo nível do grau de investimento, em ‘BBB’.


A DBRS sempre classificou a dívida portuguesa no grau de investimento de qualidade - e, no período em que era a única agência que mantinha Portugal acima de lixo, detinha o poder de ligar ou desligar Portugal da máquina do Banco Central Europeu, uma vez que era a única que garantia a elegibilidade da dívida nacional para os programas de compra do BCE.

Há um ano tinha colocado o rating de Portugal dois níveis acima de lixo, um patamar onde também a Fitch e a S&P colocam agora a notação da República. Entretanto, em outubro manteve a classificação, tendo agora decidido mantê-la de novo.


Contudo, a perspetiva ('outlook') para o "rating" passou de 'estável' para 'positiva', o que indicia que a DBRS conta alterar a nota de Portugal no curto prazo.

Mário Centeno aplaude

O Ministério das Finanças já reagiu, sublinhando que esta melhoria da notação "mantém o ciclo de valorização da dívida da República Portuguesa iniciado em setembro de 2017 por parte das quatro principais agências de rating a nível global e traduz a confiança na evolução que se tem verificado tanto na economia como nas finanças públicas portuguesas".

 

A taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos no mercado secundário tem estado ao longo da última semana sempre abaixo de 1,30%, um valor sem paralelo histórico, e o diferencial face a Espanha tem também vindo a reduzir-se ao longo de 2019, recorda o Ministério tutelado por Mário Centeno.

 

"A consolidação do equilíbrio das finanças públicas portuguesas tem permitido a redução sustentada dos custos de financiamento do Estado que só em 2018, face a 2015, significou uma poupança em juros superior a 1.250 milhões de euros. Mas juros mais baixos são também uma boa notícia para as famílias e as empresas, que podem assim investir a custos mais reduzidos. Não estamos, portanto, a falar de um indicador abstrato, mas de uma orientação política com impacto concreto na vida das pessoas", destacou Centeno no mesmo documento.

"O relatório que acompanha esta avaliação considera que o crescimento económico português se deverá manter acima da média da União Europeia. Destaca ainda o equilíbrio que se tem verificado nas contas externas e a redução significativa do crédito malparado, o que tem contribuído para reforçar a estabilidade do setor financeiro. Destaca ainda a aproximação do saldo orçamental do equilíbrio e a significativa diminuição do rácio da dívida pública face ao PIB, perspetivando a manutenção e ritmo da trajetória de redução deste indicador", frisa o comunicado das Finanças.

DBRS saúda melhorias em várias frente

No relatório divulgado esta sexta-feira, a agência diz que o 'outlook' positivo da dívida "reflete a perspetiva da DBRS de que há uma tendência altista para o rating".

"O défice orçamental está gradualmente a aproximar-se do equilíbrio e o rácio da dívida pública face ao PIB está a diminuir a um ritmo saudável. O crédito malparado dos bancos portugueses também está a descer de forma significativa. E apesar de o crescimento real do PIB estar a registar alguma moderação, o desempenho económico deverá manter-se acima da média da Zona Euro", salienta o relatório da DBRS.

Em contrapartida, diz a agência, "o nível dos indicadores financeiros públicos e privados ainda sinalizam vulnerabilidades. O elevado rádio da dívida pública limite a capacidade orçamental do governo para gerir choques negativos, e o ainda elevado stock de malparado – particularmente no setor corporativo – pesa na estabilidade financeira".

"Se bem que este cenário seja menos provável, dadas as convicções atuais, a perspetiva poderá voltar a ser reduzida para ‘estável’ se houver uma debilitação material nas projeções para o crescimento, na atual trajetória da dívida ou da via orçamental, ou ainda no compromisso político de manter políticas macroeconómicas sustentáveis", sublinha ainda o relatório.

As próximas avaliações agendadas

 

De acordo com o calendário da atualização dos ratings previsto para 2019, a DBRS poderá rever novamente a avaliação de Portugal a 4 de outubro.

Por sua vez, a Moody's tem agendada uma segunda possível avaliação de Portugal a 9 de agosto.

Já a S&P poderá pronunciar-se a 13 de setembro.

A Fitch, por seu lado, tem agendada a primeira avaliação do ano para 24 de maio e a segunda para 22 de novembro.

Os relatórios sobre os "ratings" e perspetivas para as dívidas soberanas podem não ser publicados, uma vez que o calendário de eventuais revisões das notações soberanas é apenas indicativo.


(notícia atualizada pela última vez às 22:26)

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