Notícia
DBRS admite melhorar perspectiva do rating de Portugal
A agência canadiana elogia a trajectória da economia e a redução do défice´, mas alerta que a dívida continua em níveis elevados.
A DBRS abriu a porta a uma melhoria da perspectiva do rating de Portugal, já na próxima revisão da notação financeira da dívida do país, que está agendada para 3 de Novembro.
Numa nota publicada esta quarta-feira, 4 de Outubro, a agência canadiana diz que existe "potencial de melhoria no ‘outlook’ de longo prazo da dívida portuguesa".
A DBRS foi a única das agências consideradas pelo BCE que avaliou Portugal acima de "lixo" durante a crise de dívida. Tem um "rating" de BBB (baixo), com perspectiva estável, pelo que uma melhoria poderá colocar a perspectiva em positiva. Da última vez que avaliou Portugal, em Abril, a DBRS disse que para subir a notação precisava de aferir a sustentabilidade e durabilidade da melhoria das finanças públicas e um crescimento mais forte.
Agora a DBRS salienta que "vê de forma favorável o reforço do crescimento da economia portuguesa ao longo deste ano, bem como a redução do défice orçamental e a queda renovada das ‘yields’ das obrigações do Tesouro nos últimos meses".
Apesar do tom optimista, a agência canadiana salienta que as "melhorias no défice estrutural têm sido mais limitadas e, mais importante, o rácio da dívida pública permanece elevado".
A DBRS refere que o rácio da dívida pública deverá começar a cair este ano. Para que a descida se materialize, Portugal tem de alcançar excedentes primários e um crescimento estável de forma sustentável ao longo do tempo, acrescenta a agência.
A agência conclui que Portugal tem ainda desafios pela frente, sendo o mais relevante a descida do endividamento. "Com a economia a crescer agora a um ritmo robusto, um excedente primário em níveis confortáveis, e os juros da dívida de novo em níveis baixos, a perspectiva para a sustentabilidade da dívida pode melhorar", refere a DBRS, acrescentando que "a evolução das dinâmicas da dívida no longo prazo depende largamente da durabilidade das melhorias nas contas públicas e o reforço das perspectivas de crescimento no longo prazo".