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Custo da dívida emitida pelo Estado sobe de 2,5% para 3,4% este ano
Portugal está a pagar mais para se financiar. Entre Janeiro e Março o custo médio da dívida emitida foi de 3,4%, o mais elevado desde 2014 e acima do custo do stock da dívida.
Tem sido uma constante nas emissões de Obrigações do Tesouro este ano. As taxas dessas operações têm subido face a operações comparáveis e, em alguns casos, atingido o juro mais elevado desde a saída da "troika" em 2014. Em média o custo da dívida que foi emitida este ano é de 3,4%, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela agência que gere o crédito público, o IGCP. Está acima do custo do "stock" de dívida, que é de 3,2%.
É o valor mais elevado desde 2014, ano em que o custo médio das emissões foi de 3,6%. E é quase um ponto percentual mais elevado que o custo médio de 2016, que se situou em 2,5%. O ano mais barato para o novo financiamento tinha sido 2015, com um custo médio de 2,4%. No mercado secundário, as taxas das obrigações portuguesas têm mostrado uma tendência de subida, principalmente desde o início de Novembro. A taxa a dez anos sobe de 3,318% para 4,195% nesse período.
Existe um conjunto de factores que os analistas têm dito que penalizam as taxas portuguesas. As expectativas de mais inflação a nível global e de políticas monetárias menos expansionistas, que têm levado a subidas generalizadas dos juros. As três principais agências de "rating" continua a avaliar Portugal num nível visto como "lixo" pelos mercados, pedindo mais reformas estruturais e soluções para os problemas do sector bancário. As obrigações nacionais têm também sofrido com a diminuição do efeito BCE através do menor ritmo de compras ao abrigo do programa alargado de compras de activos.