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BCE reduz compras de dívida portuguesa para 520 milhões de euros
O banco central voltou a travar nas compras de obrigações nacionais. Em Abril o valor de títulos nacionais adquiridos foi o mais baixo de sempre e menos de metade da meta implícita.
O BCE voltou a reduzir as compras de obrigações soberanas portuguesas para um novo mínimo. No mês passado, as aquisições do banco central ao abrigo do programa alargado de compra de activos foram de 526 milhões de euros, o montante mais baixo de sempre, segundo dados divulgados esta terça-feira pela entidade liderada por Mario Draghi. Foram menos 137 milhões que em Março e o montante compara com as compras de 1.405 milhões de euros registados no mesmo mês do ano passado.
Em Abril, o BCE reduziu o ritmo do programa alargado de compra de activos de 80.000 milhões para 60.000 milhões de euros. E, continua a comprar dívida nacional num valor abaixo da meta implícita pela chave de capital de Portugal no BCE, que apontaria para compras acima de 1.000 milhões de euros.
As compras de menor dimensão de dívida portuguesa são justificadas com uma das regras do programa, que impedem o banco central de deter mais de 33% de uma linha de obrigações ou do total da dívida considerada para efeitos do programa. Desde o início do programa, o banco central já comprou um total de 27.143 milhões de euros. Esse montante equivale a 24% do saldo vivo de Obrigações do Tesouro, que era de 114.323 milhões de euros no final de Março, segundo dados do IGCP.
Além dos títulos de dívida nacional detidos ao abrigo do programa alargado de compra de activos, o BCE detém ainda obrigações nacionais adquiridas ao longo do antigo programa de compras (SMP). Esses títulos também são utilizados no cálculo do limite de 33%. No final do ano passado, o banco central ainda detinha mais de 9.000 milhões de euros em obrigações referentes a esse antigo programa que foi activado no pico da crise de dívida soberana.