Notícia
Vírus da China e UBS colocam bolsas no vermelho. Petróleo recua
As bolsas europeias negoceiam em queda com os resultados do UBS e o vírus a China penalizarem o sentimento dos investidores, que estava em alta nas primeiras semanas de 2020. As obrigações voltam a servir de refúgio e o petróleo regressa às quedas.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,67% para 5.268,29 pontos
Stoxx 600 desvaloriza 0,97% para 419,87 pontos
Nikkei desvalorizou 0,91% para 23.864,56 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos desce 1 ponto base para 0,467%
Euro recua 0,05% para 1,1089 dólares.
Petróleo em Londres cai 0,83% para os 64,67 dólares o barril
UBS penaliza bolsas europeias
As bolsas europeias continuam a afastar-se dos máximos históricos da semana passada, com os índices estão a ser contagiados pela sessão asiática, que foi marcada por quedas fortes em algumas geografias. Os investidores mostram-se cada vez mais preocupados com impacto da nova pneumonia viral, que está a alastrar na China e já provocou quatro mortes.
O Stoxx600 desvaloriza 0,97% para 419,87 pontos, depois de na sessão asiática o MSCI Asia Pacifico ter cedido 1%. Em Hong Kong a bolsa caiu mais de 3% devido também ao corte de rating por parte da Moody’s.
A penalizar as bolsas europeias estão também os resultados abaixo do esperado do UBS, com as ações do banco suíço a cederem mais de 5% para 12,14 francos suíços. O UBS anunciou uma queda de 5% nos lucros de 2019 e cortou as metas de rentabilidade para este ano, citando o impacto das taxas de juro em mínimos históricos.
A banca europeia está a ser arrastada pelas novidades do UBS, com o Stoxx Banks a ceder 1,36%. O Banco Comercial Português é um dos afetados, com as ações do único banco português cotado a cederem mais de 1%, contribuindo para o desempenho negativo do PSI-20. O índice português cede 0,67% para 5.268,29 pontos, com os pesos pesados Galp Energia, EDP e Jerónimo Martins todos em terreno negativo.
"A fraqueza dos índices asiáticos, aliada à revisão dos objetivos por parte da UBS, deverão induzir muitos investidores a assumirem uma maior aversão ao risco", referem os analistas do BPI no Diário de Bolsa desta terça-feira.
Vírus na China penaliza moedas asiáticas
As moedas dos mercados emergentes estão a ser hoje penalizadas pelo aumento das preocupações com o impacto do novo vírus que está a alastrar na China.
As divisas da Coreia do Sul, Filipinas, Taiwan e Indonésia estão todas em terreno negativo. Na China o yuan cede 0,4%. O índice do dólar valoriza 0,1% e o euro desce 0,05% para 1,1089 dólares.
A China e países próximos estão a tomar precauções à medida que milhões de chineses começam a viajar, por altura das férias do Ano Novo Lunar, ameaçando alargar uma nova pneumonia oriunda do centro do país. A ansiedade em torno da doença aumentou depois de o especialista do Governo chinês Zhong Nanshan ter revelado que o novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, é transmissível entre seres humanos.
Quatro pessoas morreram e mais de 200 foram infetadas desde que o vírus foi inicialmente detetado, no mês passado, em Wuhan, um cidade do centro da China, que é também um importante centro de transporte doméstico e internacional.
Fuga ao risco beneficia obrigações europeias
Os juros das obrigações soberanas europeias estão em queda, com os investidores a procurarem refúgio na dívida europeia devido sobretudo à incerteza com o vírus chinês.
A taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos cede 1 ponto base para 0,467%, em linha com o desempenho da dívida alemã (-0,9 pontos base para -0,23%) e espanhola (-1,2 pontos base para 0,425%).
Petróleo cai com queda de produção na Líbia ofuscada
Os preços do petróleo voltaram a negociar em queda, depois das subidas de ontem. A produção a nível global aumentou e compensou a queda na oferta na Líbia, depois das forças militares terem encerrado uma das maiores bases de produção do país.
No fim de semana, alguns líderes mundiais estiveram reunidos para definir uma estratégia que acabasse com a guerra civil na Líbia, mas apenas conseguiram alargar o período temporário de cessar-fogo.
Por esta altura, o Brent, que serve de referência para Portugal, cai 0,83% para os 64,67 dólares por barril e o norte-americano WTI desvaloriza 0,72% para os 58,12 dólares.
Ouro e paládio caem
O ouro, que é visto como um ativo de refúgio, segue hoje a desvalorizar 0,41% para os 1.554,36 dólares por onça, bem como o paládio, que derrapa 3,24% para os 2.462,55 dólares, depois de ontem ter voltado a renovar máximos históricos.