Notícia
Mais de 20 mil civis mortos em Mariupol. Zelensky dá nega a presidente alemão. Petróleo supera os 100 dólares
Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e o impacto nos mercados.
Joe Biden usa pela primeira vez termo "genocídio" para referir invasão russa
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, utilizou hoje pela primeira vez o termo "genocídio" para descrever a situação na Ucrânia e as consequências para a economia, desde o início da invasão russa.
"O orçamento familiar ou a capacidade de abastecimento de combustível, nada disso deve depender de um ditador declarar guerra e cometer genocídio no outro lado do mundo", salientou o chefe de Estado norte-americano, citado pela agência France-Presse (AFP).
Anteriormente, o governante norte-americano tinha referido que não acreditava que as ações da Rússia na Ucrânia representassem um genocídio, como têm vindo a defender as autoridades ucranianas, classificando-as como "crimes de guerra".
Biden falava durante uma viagem ao Estado de Iowa, dedicada à luta contra a inflação que atinge os Estados Unidos.
Oligarca russo compra participação maioritária da Société Générale no Rosbank
O oligarca russo, Vladimir Potanin conseguiu fechar um acordo com a Société Générale, para comprar a totalidade da participação do banco de investimento no capital do Rosbank. Até ao momento não foram avançado detalhes financeiros do contrato.
Com este negócio, assinado pela sua sociedade Interros Capital, Vladimir Potanin – que não faz parte das listas de sanções emitidas pela União Europeia, Reino Unido ou EUA contra os oligarcas russos – voltando a deter um banco do qual já foi dono ao lado de outro multimilionário russo, Mikhail Prokhorv.
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Zelensky dá nega a visita de presidente alemão
O dia foi marcado também pela recusa do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em receber o homólogo alemão.
"Não me querem lá", disse Frank-Walter Steinmeier, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Angela Merkel e um dos apoiantes do gasoduto Nordstream que liga a Alemanha à Rússia.
Steinmeier pretendia visitar Kiev juntamente com os chefes de Estado da Polónia, Lituânia, Letónia e Estónia.
Mais de 20 mil mortos em Mariupol
A cidade de Mariupol, alvo de alguns dos ataques mais intensos das forças russas, já registou "entre 20 mil a 22 mil" civis mortos, disse o governador da região de Donetsk, Pavlo Kirilenko, em entrevista à CNN. O responsável admite que "estes números terão de ser revistos em alta".
Energia não consegue segurar Europa. Bloco pintado de vermelho
Os ganhos alcançados pelo setor da energia durante a sessão desta terça-feira não foram suficientes para arrancar as principais praças europeias do vermelho, num dia marcado pela divulgação dos números da inflação nos EUA.
O Stoxx 600 terminou o dia a desvalorizar 0,35%, depois de durante a sessão ter chegado a cair 1,40%, para 456,65 pontos.
Energia e mineração foram os setores que registaram o melhor desempenho, numa altura em que o petróleo negociado tanto nos EUA como na Europa está a disparar quase 8%, depois de Pequim ter flexibilizado as medidas de confinamento contra a covid-19 em Xangai, o centro financeiro do maior importador de ouro negro do mundo. Saúde e imobiliário comandaram as perdas.
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX terminou a sessão na linha de água (-0,08%), o alemão DAX caiu 0,48% e o francês CAC 40 derrapou 0,28%. Londres mergulhou 0,55% e Milão desvalorizou 0,23%.
Só Amesterdão escapou à onda vermelha, tendo terminado o dia a somar 0,23%. Por cá, o índice de referência nacional PSI refletiu a tendência europeia e mergulhou 0,23%, pressionado sobretudo pela Greenvolt.
A inflação nos Estados Unidos voltou a subir, superando em 0,1 pontos percentuais o valor estimado pelos analistas. Em março, a taxa homóloga situou-se nos 8,5%, com o crescimento mais rápido em mais de 40 anos (desde 1981).
O "benchmark" europeu por excelência está a ser pressionado pela guerra na Ucrânia, devido à preocupação que reina entre os investidores sobre um possível abrandamento económico no bloco, o galopar da inflação e a possível adopção de uma política monetária "falcão" por parte do Banco Central Europeu (BCE), ainda que a presidente da instituição, Christine Lagarde, continue a "bater o pé" reafirmando que para já não é de prever uma subida das taxas de juro.
A recessão a nível global é vista como um dos maiores riscos para o mercado europeu este ano. Ainda assim, segundo uma pesquisa do Bank of America, citada pela Bloomberg, revela que os investidores ainda esperam que as ações do bloco consigam reinar no verde nos próximos tempos, depois de uma subida de 10% desde o início de março.
Para Joachim Klement, responsável pelo departamento de "research" da Liberium Capital, citado pela Bloomberg, "provavelmente só vamos entrar em recessão em 2023. O ano de 2022 ainda vai ser de forte crescimento, o que sustenta os lucros [das empresas europeias] e o mercado de ações".
Esta semana começa a "earnings season" europeia e norte-americana referente aos resultados do primeiro trimestre. Segundo os analistas ouvidos pela Bloomberg, apesar da guerra na Ucrânia - que marcou este período -, é de esperar que os lucros das empresa do bloco se tenham mantido estáveis durante os primeiros três meses do ano.
Juros aliviam nos EUA e na zona euro
Os juros das dívidas soberanas a dez anos estão a aliviar na zona euro e nos EUA, horas depois de terem sido divulgados os números da inflação norte-americana.
A yield das obrigações alemãs a dez anos – referência para o mercado europeu – está a aliviar 1,7 pontos base para 0,794%, continuando a renovar máximos de 2015. Desde o dia 31 de janeiro que os juros da dívida soberana germânica estão em território positivo.
A yield da dívida de Itália é a que regista o alívio mais expressivo na zona euro, estando a descer 4,9 pontos base para 2,413%, enquanto a das obrigações francesas com a mesma maturidade cai 1,6 pontos base para 1,296%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida espanhola a dez anos aliviam 3,8 pontos base para 1,711%, enquanto a yield da dívida portuguesa com o mesmo vencimento desce 4,2 pontos base para 1,645%, continuando porém a renovar máximos de 2018. Desde o dia 7 de fevereiro que os juros da dívida nacional estão acima de 1%.
Por fim, os juros das obrigações norte-americanas a dez anos continuam a renovar máximos de 2018, estando no entanto a aliviar 7,8 pontos base para 2,702%.
Estes movimentos no mercado da dívida pública surge horas depois de terem sido divulgados os números da inflação nos EUA. Em março, a taxa homóloga situou-se nos 8,5%, com o crescimento mais rápido em mais de 40 anos (desde 1981).
Inflação impulsiona ouro e pressiona dólar
O ouro reagiu em alta aos números da inflação nos EUA em março, enquanto o dólar apagou os ganhos obtidos.
O metal amarelo está a valorizar 0,80% para 1.969,15 dólares por onça, acumulando ganhos pelo quinto dia consecutivo. Prata e platina seguem esta tendência positiva, enquanto o paládio está em território de correção, a desvalorizar 3,15% para 2,355.51 dólares por onça, depois de dois dias de subidas expressivas motivadas pelo facto de tanto a bolsa de Londres como a de Chicago terem suspendido a acreditação de duas fabricantes russas de paládio e platina.
A inflação nos EUA chegou aos 8,5% em março, como não era visto desde 1981. Nas últimas semanas, o ouro tem estado a ser negociado em território positivo, funcionando como ativo refúgio por excelência, numa altura em que a guerra na Ucrânia e a possibilidade cada vez mais clara de uma subida ainda mais agressiva das taxas de juro marca o compasso da preocupação entre os investidores.
Charles Evans, conhecido embaixador da política "dovish" entre os membros da Reserva Federal norte-americana (Fed), reconheceu que começa a fazer sentido acelerar o ritmo da subida das taxas de juro, para combater o galopar da inflação. Já Christopher Waller, membro do conselho de governadores da Fed, garante que está a ser feito tudo para evitar que esta política monetária "falcão" provoque "danos colaterais" na economia norte-americana, lembrando que a subida das taxas de juro é "uma ferramenta agressiva" que pode atuar como um "martelo" com potencial de pressionar a economia.
No mercado cambial, o dólar não resistiu ao anúncio da inflação e apagou os ganhos arrecadados durante esta terça-feira, estando o índice do dólar da Bloomberg – que compara a moeda oficial norte-americana com 16 divisas rivais -- a perder 0,3% para 99,23 pontos. O euro está a ser negociado na linha de água (0,03%) para 1,0084 dólares.
Petróleo dispara perto de 7% e supera os 100 dólares
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta, tendo regressado ao patamar dos três dígitos, animados pelo facto de terem sido aliviadas algumas restrições de combate à covid em Xangai. Isto numa altura em que o presidente russo, Vladimir Putin, prossegue com a guerra na Ucrânia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 6,78% para 105,16 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, ganha 6,95% para 100,84 dólares por barril.
Energia dá gás a Wall Street
Wall Street arrancou a sessão no verde, num dia em que foram publicados os números da inflação de março nos EUA e em que os norte-americanos seguem com atenção um possível tiroteio no metro de Brooklyn.
O industrial Dow Jones está a somar 0,57% para 34.508,36 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Compostite ganha 0,96% para 13.541,37 pontos, depois de cair nas últimas duas sessões. Por sua vez, o "benchmark" mundial por excelência, S&P 500 sobe 0,74% para 4.445,25 pontos.
O setor energético é o que mais puxa por Wall Street, estando a Marathon Oil Corp a disparar 4,88%, acompanhada da Chevron que escala 3,67% e da Exxon que soma 2,62%, num dia em que tanto o petróleo Brent, referência para o mercado europeu, como o West Texas Intermediate, referência para os EUA ganham mais de 5%.
A inflação nos Estados Unidos voltou a subir, superando em 0,1 pontos percentuais o valor estimado pelos analistas. Em março, a taxa homóloga situou-se nos 8,5%, com o crescimento mais rápido em mais de 40 anos (desde 1981).
Desta forma, as atenções viram-se agora para Reserva Federal norte-americana que possivelmente se sentirá mais pressionada a aumentar de novo as taxas de juro, já em maio, e desta vez em 50 pontos base, depois de ter subido em março 25 pontos base.
"Não prevemos que haja uma recessão", explicou Solita Marcelli, diretora de investimentos para as Américas do suíço UBS Global Wealth Management, citada pela Bloomberg.
Apesar de tudo, a especialista acredita que o desempenho das ações neste mercado será "limitado até que os investidores estejam convictos de até onde galopará a inflação, quanto é que vão subir as taxas de juro e qual o impacto da política monetária da Fed [Reserva Federal norte-americana] no crescimento económico".
A marcar a sessão desta terça-feira está ainda o possível tiroteio no metro de Brooklyn. Até ao momento já foram apurados 13 feridos. As autoridades estão a investigar o incidente e procuram um suspeito que, segundo relatos no local, usava uma máscara de gás e um colete refletor.
Zelensky alerta para "nova fase de terror" perante alegado uso de armas químicas
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou preocupações face à possibilidade de as forças russas estarem a preparar "uma nova fase de terror" que pode envolver o recurso a armas químicas na Ucrânia.
"Hoje, os ocupantes emitiram uma nova declaração, que testemunha a sua preparação para uma nova etapa de terror contra a Ucrânia e os nossos defensores", disse, esta manhã, o líder ucraniano. "Um dos porta-vozes dos ocupantes afirmou que poderiam utilizar armas químicas contra os defensores de Mariupol. Levamos isto o mais a sério possível", vincou.
Andriy Biletsky, líder do regimento Azov, uma unidade da Guarda Nacional da Ucrânia, afirmou, na segunda-feira, que três pessoas daquela cidade portuária "experienciaram envenenamento por produtos químicos de guerra, embora sem consequências catástroficas".
No entanto, ainda segundo a agência Reuters, Petro Andryushchenko, um assessor do autarca de Mariupol, ressalvou que a ocorrência de um ataque com armas químicas não foi confirmada, estando as autoridades "a aguardar informações oficiais das forças militares".
Ucrânia verifica relatos de uso de armas químicas em Mariupol
A Ucrânia está a verificar a veracidade da informação segundo a qual a Rússia poderá ter usado armas químicas enquanto tomava a cidade portuária de Mariupol, afirmou, esta terça-feira, a vice-ministra da Defesa, Hanna Malyar.
"Há a teoria de que podem ser munições de fósforo", disse Hanna Malyar, em declarações transmitidas pela televisão, reproduzidas pela Reuters, ressalvando que "a informação oficial chegará mais tarde".
O presidente da Câmara de Mariupol escreveu no Telegram que ainda não era possível examinar a área onde foram alegadamente utilizadas substâncias tóxicas, por causa do fogo inimigo. Segundo indicou, foi mínimo o contacto da população da zona com o suposto veneno não identificado, ao contrário dos militares ucranianos que agora estão a ser observados para se apurar eventuais sintomas.
Putin diz que Rússia vai alcançar objetivos "nobres" com campanha militar na Ucrânia
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, esta terça-feira, que a operação militar de Moscovo na Ucrânia vai, sem dúvida, resultar na conquista de objetivos que descreveu como "nobres".
Segundo as agências de notícias russas, citadas pela Reuters, Putin sustentou que Moscovo não teve outra opção que não lançar uma operação militar para proteger a Rússia e que um confronto entre as forças ucranianas anti-russas era inevitável.
"Os seus objetivos são totalmente claros e nobres", disse, durante uma cerimónia de entrega de prémios no Cosmódromo de Vostochny, aludindo à campanha militar da Rússia iniciada no passado dia 24 de fevereiro.
Putin afirmou que o principal propósito da intervenção militar na Ucrânia é "salvar" as pessoas da região de Donbass, no leste do país, onde os separatistas apoiados pelos russos têm lutado contra as forças ucranianas desde 2014.
"Por um lado, estamos a ajudar e a salvar pessoas e, por outro, estamos simplesmente a tomar medidas para garantir a própria segurança da Rússia", argumentou. "É claro que não tivémos escolha. Foi a decisão certa", reforçou o líder russo.
Ucrânia pede apoio financeiro para garantir "sobrevivência" do país
O ministro das Finanças da Ucrânia, Sergii Marchenko, lançou um apelo aos aliados para que concedam ajuda financeira imediata ao país para cobrir o enorme défice fiscal, de dezenas de milhares de milhões de dólares, provocado pela invasão russa, a 24 de fevereiro.
As despesas da administração excederam as receitas em aproximadamente 2,7 mil milhões de dólares em março, abrindo um 'buraco' que Kiev antecipa que se venha a alargar para entre 5 a 7 mil milhões de dólares em abril e maio devido à guerra.
"Estamos sob grande 'stress', na pior condição [financeira] de sempre", afirmou o ministro das Finanças da Ucrânia, país que, em 2021, tinha um Produto Interno Bruto (PIB) avaliado em 164 mil milhões de dólares.
"Agora, é uma questão de sobrevivência do nosso país", declarou Sergii Marchenko, em entrevista ao Financial Times. "Se querem que continuemos a travar esta guerra, que a ganhemos... então ajudem-nos", reforçou.
O ministro das Finanças da Ucrânia deu ainda conta da estimativa de 270 mil milhões de dólares em danos em infraestruturas públicas e privadas, desde o início da guerra, incluindo perto de 7.000 edifícios residenciais que foram danificados ou destruídos.
Apesar de a Ucrânia ter vindo a receber ajuda militar para se defender contra a Rússia, o governo de Kiev espera que os parceiros do Ocidente também forneçam assistência financeira e aprovem empréstimos de emergência do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, aponta o Financial Times.
O jornal sinaliza também que, neste momento, cerca de 30% das empresas ucranianas cessaram totalmente atividade, enquanto 45% operam com capacidade reduzida, sem esquecer que o comércio internacional está 'congelado', já que as exportações foram suspensas e as importações caíram mais de dois terços, dando ainda conta das previsões da Escola de Economia de Kiev que apontam para prejuízos económicos devido à guerra de até 600 mil milhões de dólares.
Bolsas europeias no vermelho. Setor da banca tomba 2,3%
As bolsas europeias estão a negociar em terreno negativo neste ponto da sessão, num dia em a espera pelos dados da inflação está a pesar.
O Stoxx 600 está a derrapar 1,2% para 452,76 pontos. Todos os setores estão a desvalorizar, à exceção do setor dos recursos básicos, que avança 0,2%.
O setor da banca está a liderar do lado das perdas, a desvalorizar 2,3%. A pesar estão sobretudo as quedas do Deutsche Bank e do Commerzbank, que recuam após um investidor não identificado ter vendido a participação nestes dois bancos alemães.
As ações do Deutsche Bank estão a registar a maior desvalorização entre as cotadas do Stoxx 600, a recuar 10,42% para 10,68 euros, enquanto o Commerzbank tomba 8,73% para 6,4 euros.
Além da banca, também o setor dos serviços financeiros e as utilities estão a desvalorizar significativamente, a recuar 1,83% e 1,75%, respetivamente.
Os principais índices europeus estão a desvalorizar: o PSI recua 0,83%, o espanhol IBEX tomba 1,27% e o alemão DAX lidera as quedas na Europa, a tombar 1,81%. O francês CAC40 recua 1,76%, enquanto o inglês FTSE deprecia 0,82%. Amesterdão e Milão recuam 1,04% e 1,34%, respetivamente.
Petróleo a subir mais de 2% com alívio de restrições na China
O petróleo está a recuperar esta manhã, depois das quedas registadas na sessão anterior. A amparar a recuperação do petróleo está o alívio de algumas das restrições em Xangai, na China.
Devido ao aumento de casos de covid-19 nesta zona da China, o distrito financeiro, geraram-se receios sobre um abrandamento na procura no país que é o maior importador de petróleo. Com o alívio de parte das restrições, o "outlook" para a procura é agora mais otimista, empurrando o petróleo para ganhos.
Assim, o West Texas Intermediate (WTI) está a valorizar 2,55% em Nova Iorque, com o barril nos 96,69 dólares.
Já o Brent do mar do Norte está a somar 2,41% e está novamente acima da fasquia dos 100 dólares, mais concretamente nos 100,85 dólares por barril.
Ainda assim, alguns analistas estão a antecipar que este "rally" possa ser de curta duração. "Aquilo que estamos a ver agora está a parecer-se com um 'rally' de vida curta", diz Will Sungchil Yun, analista de commodities senior da VI Investiment, em declarações à Bloomberg. "Os investidores ainda estão preocupados com o impacto negativo que este aumento do vírus tenha no crescimento e procura."
Rússia diz ter destruído depósitos de munições em duas regiões ucranianas
A Rússia informou, esta terça-feira, ter destruído depósitos de munições nas regiões ucranianas de Khmelnytskyi e Kiev.
Em comunicado, citado pela agência Reuters, o Ministério da Defesa da Rússia indica que mísseis disparados pelas suas forças de segurança atingiram um paiol e um hangar na base aérea de Starokostiantyniv, na região de Khmelnytskyi, assim como um outro depósito de munições perto de Havrylivka, a norte da capital, Kiev.
Russa Gazprom continua a exportar para a Europa via Ucrânia
A Gazprom, a maior produtora e exportadora de gás natural da Rússia, continua a fornecer à Europa através da Ucrânia, em linha com os pedidos dos consumidores do velho continente, avança, esta terça-feira, a Interfax.
Segundo a agência de notícias, que cita o operador do gasoduto ucraniano, os pedidos para esta terça-feira, dia 12, atingiram 74,5 milhões de metros cúbicos.
Juros das dívidas soberanas da zona euro a subir em semana de BCE
Os juros das dívidas soberanas da zona euro estão a subir, com os investidores já à espera das decisões do Banco Central Europeu (BCE) sobre a subida das taxas de juro, na quinta-feira. Os números da inflação esperados esta terça-feira em vários países europeus poderão aumentar a pressão para a entidade liderada por Christine Lagarde agravar os juros.
Assim, os juros das bunds alemãs a dez anos, vistos como a referência para a Zona Euro, estão a subir 3,6 pontos base, naquela que é a sexta sessão consecutiva de subidas, para 0,848% - um máximo de julho de 2015.
Também os juros da dívida italiana estão a subir, neste caso 5,5 pontos base para 2,516%, regressando a valores vistos em 2019.
Os juros estão também a agravar-se na Península Ibérica. Em Espanha, os juros das obrigações a dez anos estão a subir 4,9 pontos base para 1,798%, um máximo de março de 2017.
Em Portugal, os juros com a mesma maturidade estão a subir 3,7 pontos base para 1,724%, a rondar valores de janeiro de 2015.
Euro na linha de água perante o dólar. "Nota verde" em alta
A moeda única está na "linha de água" face ao dólar, a desvalorizar nesta altura 0,08% para 1,08654 dólares.
A libra esterlina, outra divisa de relevo no mercado europeu, está também a desvalorizar face ao dólar, neste caso 0,16%, recuando para 1,30110 dólares.
Já do outro lado do Atlântico, o dólar está a somar ganhos de 0,21% perante um cabaz de divisas rivais. A antecipação dos dados sobre a inflação nos EUA está a amparar a divisa norte-americana, que está a manter-se próxima dos valores mais elevados em quase dois anos.
"Os investidores estão a comprar dólares antes da subida das taxas de juro da Fed", explica à Bloomberg Mingze Wu, "trader" do StoneX Group em Singapura. "Os dados da inflação são só mais um risco que está alavancar a compra de dólares."
Ouro a subir pelo quinto dia amparado pelos riscos de inflação
O ouro está a valorizar pela quinta sessão consecutiva, a valorizar nesta altura 0,29%, elevando o preço da onça para 1.959,23 dólares. Este é o valor mais elevado do ouro em mais de duas semanas.
A amparar a subida do ouro estão sobretudo os riscos da inflação, já que os investidores estão já à espera de dados sobre o indicador de preços no consumidor para mercados como a Alemanha ou os Estados Unidos. De acordo com dados da Bloomberg, a taxa de inflação nos EUA poderá ter subido 8,4% em março em termos homólogos.
"O ouro deverá continuar a registar valores fortes à medida em que as incertezas sobre a inflação e o crescimento continuarão elevadas ao longo dos próximos meses devido à questão geopolítica e a diferentes visões sobre o quão agressiva precisará a Fed de ser para endurecer a política monetária nos meses de verão", diz Edward Moya, analista sénior da Oanda Corp.
Nota ainda para a subir dos restantes metais preciosos, como a prata e a platina. A prata valoriza 0,46% para 25,21 dólares por onça, enquanto a platina soma 0,45% para 985,77 dólares.
Prevista para hoje abertura de nove corredores humanitários
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, informou que foi acertada para hoje, terça-feira, a abertura de nove corredores humanitários para a retirada de civis, incluindo da cidade sitiada de Mariupol, através de carros particulares.
Em comunicado, citado pelas agências internacionais, Iryna Vereshchuk detalhou que cinco dos nove corredores huamanitários ficam na região de Lugansk, no leste do país, a qual, segundo as autoridades ucranianas, está a ser alvo de intensos bombardeamentos.
União Europeia vai enviar armamento para a Ucrânia. Guerra entra em fase mais sangrenta
Bruxelas vai avançar com um novo plano em relação à invasão militar da Ucrânia. Depois de terem avaliado novas sanções a Moscovo, os líderes da União Europeia parecem concordar que o boicote económico à Rússia está a falhar o propósito de demover Putin nos seus avanços e avalia-se, nesta fase, o aumento do apoio militar a Kiev.
Em concreto, a Alemanha quer enviar misséis e munições ao exército ucraniano, ao longo das próximas semanas. "Com esta decisão, a Alemanha quebra uma longa tradição de não fornecer armas a países como a Ucrânia", indicou o chanceler alemão Olaf Scholz. "Vamos fazer isto em estreia cooperação com os nossos aliados com quem estamos coordenados."
A decisão surge na mesma altura em que os Estados Unidos alertam que a guerra poderá estar a entrar numa fase mais sangrenta. "Pelo que vimos no passado, estamos provavelmente a mudar de página no livro da brutalidade russa", adiantou um porta-voz do Pentagono. Já antes o primeiro-ministro polaco tinha vindo afirmar que o mundo iria assistir ao primeiro grande confronto de tanques militares desde a Segunda Guerra.
Por sua vez, o chefe do governo austríaco, que foi esta segunda-feira o primeiro líder europeu a encontrar-se com Vladimir Putin desde o início da ofensiva militar, mostrou-se pouco otimista com a reunião. Karl Nehammer considerou que as conversações foram "diretas, honestas e difíceis" e alertou para um aumento da espiral de violência a ocorrer no leste ucraniano.
A Ucrânia contabiliza, nesta altura, 270 mil milhões de dólares de danos provocados pela guerra. Cerca de 7.000 edifícios residenciais foram atingidos, 30% das empresas fecharam e o consumo de eletricidade caiu 35%, indicou ao Financial Times o ministro das Finanças do país.
Futuros da Europa apontam para arranque no vermelho, com foco nos bancos centrais e na inflação
Os futuros das bolsas europeias estão a antecipar um arranque de sessão em terreno negativo. Nesta altura, os futuros do Stoxx 50 estão a depreciar 1,119%. A tendência de desvalorização é visível nos futuros de vários índices europeus.
A pesar no sentimento dos investidores está sobretudo a antecipação das decisões de bancos centrais, como é o caso do Banco Central Europeu, que tem na agenda desta quinta-feira uma decisão ligada à subida dos juros. Além disso, também o tema da inflação está a pesar, já que são esperados dados do índice de preços no consumidor nos Estados Unidos esta terça-feira.
A juntar a estes dois temas, há ainda o conflito na Ucrânia, que também merece a atenção dos investidores.
Na Ásia, a sessão fica marcada pela desvalorização sentida em vários índices. No Japão, tanto o Nikkei como o Topix fecharam no vermelho, a depreciar 1,81% e 1,38%, respetivamente. Na Coreia do Sul, o Kospi tombou 0,95% e em Hong Kong o Hang Seng foi o único a escapar a esta tendência de desvalorização, ao avançar 1,33%.