Europa no verde com investidores a digerirem novos dados

As bolsas europeias fecharam no verde, num dia marcado pela divulgação de vários dados económicos e em que os investidores se preparam para o arranque do Simpósio de Jackson Hole, no estado de Wyoming. 

O índice de gestores de compras divulgado esta quarta-feira sinaliza que a atividade da Zona Euro terá enfraquecido mais do que o esperado em agosto, apontando para uma quebra no PIB do espaço da moeda única no terceiro trimestre. Dados económicos mais fracos estão a aumentar as expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) irá pausar a subida das taxas de juro no próximo mês. 

O Stoxx 600, referência para a região, subiu 0,39% para 453,45 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o do imobiliário e o das utilities (água, luz e gás) foram os que mais valorizaram (2,12% e 1,12%, respetivamente), enquanto o do petróleo & gás e o do retalho lideraram as perdas (-1,09% e -1,02%, respetivamente).

Entre as principais movimentações, a Roche Holding avançou 3,75% para os 262,55 francos suíços depois de acidentalmente ter divulgado dados relativos a um estudo sobre um dos seus novos medicamentos contra o cancro do pulmão, que indicam que este pode vir a ser eficaz.

Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 somou 0,15%, o francês CAC-40 valorizou 0,08%, o espanhol Ibex 35 avançou 0,02%, o italiano FTSE Mib cresceu 0,24%, o britânico FTSE 100 cresceu 0,68% e o AEX, em Amesterdão, subiu 0,34%.

Juros da Zona Euro aliviam com PMI a apontar para contração

Os juros atenuaram-se na Zona Euro, o que reflete uma maior procura por ativos seguros, depois de o índice de gestores de compras (PMI) da região do Hamburg Commercial Bank ter apontado para um aprofundamento da contração do setor privado. 

Os dados que apontam para um abrandamento da economia levam também parte dos investidores a manterem a esperança de que o Banco Central Europeu (BCE) faça uma pausa no ciclo de subidas das taxas diretoras em setembro.

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – referência para o mercado europeu – recuou 12,7 pontos base para 2,512%.

Os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade aliviaram 14,2 pontos base para 3,186%, enquanto a "yield" das obrigações espanholas com vencimento em 2033 perdeu 13,6 pontos base para 3,534%.

Já os juros da dívida italiana a 10 anos recuaram 13,9 pontos base para 4,156%.

O PMI composite da Zona Euro caiu para 47 pontos em agosto, abaixo da estimativa dos economistas consultados pela Bloomberg que apontavam para os 48,5 pontos.

Euro sobe ligeiramente face ao dólar

O euro valoriza ligeiramente em relação ao dólar, numa altura em que os investidores aguardam pelo discurso de Powell no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira, para obterem pistas sobre o futuro da política monetária da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos.

A moeda única europeia valoriza 0,05% para 1,0852 dólares.

"O mercado está à espera que o Presidente Powell continue a adotar um tom duro. É demasiado cedo para ele apontar para conceber um relaxamento da política monetária", disse Daniel Ghali, estratega de matérias-primas na TD Securities, à Reuters.

"A atenção dos mercados está agora a passar de quão altas serão as taxas para quanto tempo as taxas permanecerão altas", acrescenta.

Dólar, Fed e economia europeia empurram petróleo

Os preços do petróleo estão em queda pelo terceiro dia consecutivo, com dados globais da indústria a desapontarem. O fantasma das taxas de juro continua a pairar, principalmente agora, com a aproximação do Simpósio Jackson Hole, nos Estados Unidos, de onde deverão sair novidades acerca do rumo monetário da Fed.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – cai 1,24% para 78,65 dólares por barril, atingindo o nível intradiário mais baixo em quase um mês.

Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – recua 1,37% para 82,88 dólares por barril.

A pesar no petróleo continuam as preocupações com a economia chinesa - o maior importador de crude do mundo -, bem como indicadores económicos negativos para a Zona Euro.

A valorização do dólar também deu o seu contributo, já que faz com que as matérias-primas negociadas na moeda norte-americana se tornem menos apetecíveis.

Ouro valoriza após divulgação de novos dados económicos nos EUA

O ouro está a valorizar num dia em que novos dados económicos mostram uma estagnação no setor dos serviços nos Estados Unidos. O PMI dos EUA da S&P Global referente a agosto revela ainda que a atividade empresarial continuou a encolher. Outros dados hoje divulgados mostram também que o mercado laboral poderá não estar tão robusto quanto o esperado.

Estes novos indicadores, a par de dados mais fracos do que o esperado também na Zona Euro, estão a levar os investidores a reavaliarem as perspetivas sobre os próximos passos dos bancos centrais. E esta perspetiva está a dar força ao ouro.

O metal amarelo valoriza 1,01% para 1.916,71 dólares por onça, a platina soma 1,26% para 936,70 dólares, o paládio sobe 2,67% para 1.291,92 dólares e a prata cresce 3,51% para 24,23 dólares.

Os investidores aguardam agora pelo começo do Simpósio de Jackson Hole, no estado de Wyoming, esta quinta-feira, sendo que um dos momentos mais importantes está marcado para sexta-feira. O presidente da Fed, Jerome Powell, discursa nesse dia e a expectativa dos investidores é de que as suas palavras ofereçam pistas sobre os próximos passos do banco central em termos de política monetária.

Wall Street arranca no verde com investidores atentos a contas da Nvidia

As bolsas norte-americanas abriram em terreno positivo, num dia em que o foco dos investidores está na apresentação dos resultados do segundo trimestre da Nvidia. A fabricante de semicondutores, que foi a que mais contribuiu para a subida das gigantes tecnológicas este ano devido ao frenesim em torno da inteligência artificial, mostra contas após o fecho da sessão. 

O S&P 500 sobe 0,23% para 4.397,43 pontos, o industrial Dow Jones valoriza 0,18% para 34.349,28 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite somou 0,33% para 13.550,37 pontos.

Dados económicos divulgados esta quarta-feira na Zona Euro e nos Estados Unidos aumentaram a expectativa dos investidores de que os maiores bancos centrais vão pausar as subidas dos juros de forma a prevenir uma recessão, o que está a levar a uma maior aposta na dívida soberana. Isto depois de no início da semana a "yield" das "treasuries" dos EUA a dez anos ter atingido níveis máximos desde 2007, à boleia de receios de que a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos iria manter as taxas de juro elevadas durante mais tempo do que o antecipado.

O discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, na sexta-feira, será acompanhado atentamente pelo mercado, que espera obter pistas sobre quais serão efetivamente os próximos passos do banco central.

Euribor desce a 12 meses, sobe a seis e a três meses atinge máximo

A taxa Euribor subiu hoje a três e seis meses e caiu a 12 meses, em relação a terça-feira, fixando-se a três meses num máximo desde dezembro de 2008.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, desceu hoje para 4,082%, menos 0,024 pontos do que na terça-feira, depois de ter subido até 4,193% em 7 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008.

No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 7 de julho de 2022, subiu 0,002 pontos, relativamente a terça-feira, para 3,953%, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,972%, verificado em 21 de julho.

A Euribor a três meses, por sua vez, também subiu para 3,826%, mais 0,018 pontos do que na terça-feira.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 27 de julho, o BCE voltou a subir os juros, pela nona sessão consecutiva, em 25 pontos base - tal como em 15 de junho e 4 de maio -, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 8 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 14 de setembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Europa começa no verde com investidores atentos aos números da economia

A Europa começou a sessão no verde, numa altura em que os investidores digerem os mais recentes dados económicos e aguardam o discurso do presidente da Fed esta sexta-feira.

O Stoxx 600 sobe 0,54% para 454,16 pontos. Entre os 20 setores que compõem o "benchmark europeu, mineração e "utilities" lideraram os ganhos.

Entre as principais praças europeias, Frankfurt valoriza 0,32%, Paris cresce 0,5% e Madrid avança 0,47%.

Londres arrecada 0,37%, Amesterdão soma 0,57% e Milão sobe 0,43%.

O PMI composite da Zona Euro caiu para 47 pontos em agosto, abaixo da estimativa dos economistas consultados pela Bloomberg que apontavam para os 48,5 pontos.

A atividade dos serviços caiu pela primeira vez, desde o ano passado. Já em França, o PMI apresenta um cenário ainda mais negro, tendo sido registado uma queda do PMI composto, como não era visto desde maio de 2020.

Os investidores aguardam ainda com expectativa o discurso do presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, durante o simpósio Jackson Hole.

O evento arranca esta quinta-feira, estando a intervenção de Powell agendada para o dia seguinte.

Investidores acorrem à dívida com contração do setor privado

Os juros aliviam na Zona Euro de forma expressiva, numa altura em que os investidores acorrem à dívida, depois do índice de gestores de compras (PMI) da região do Hamburg Commercial Bank apontar para um aprofundamento da contração do setor privado.

 A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – referência para o mercado europeu – alivia 8,7 pontos base para 2,553%.

Os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade perde 8,8 pontos base para 3,240%.

A "yield" das obrigações espanholas com vencimento em 2033 perde 9,3 pontos base para 3,577%.

Os juros da dívida italiana a 10 anos perdem 9,9 pontos base para 4,199%.

O PMI composite da Zona Euro caiu para 47 pontos em agosto, abaixo da estimativa dos economistas consultados pela Bloomberg que apontavam para os 48,5 pontos. 

Moeda única cede face ao dólar antes do PMI da Zona Euro

O euro recua 0,27% para 1,0817 dólares, antes de serem conhecidos os mais recentes dados do índice de gestores de compras (PMI) da indústria do Hamburg Commercial Bank.

O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra outras divisas – oscila entre ganhos e perdas, estando a subir 0,11% para 103,674 pontos.

Também esta quarta-feira é publicado o PMI dos EUA da S&P Global referente a agosto. Uma sondagem realizada pela Bloomberg aponta para que o índice composto se mantenha inalterado face a julho.

Ouro sobe com queda do dólar. "Money managers" confiantes

O ouro ganha terreno, numa altura em que o dólar cede e os investidores se preparam para medir o pulso à economia norte-americana, da Zona Euro e britânica, através do índice de gestores de compras (PMI).

O metal amarelo valoriza 0,30% para 1.903,09 dólares por onça.

Os investidores aguardam ainda com expectativa o discurso do presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, durante o simpósio Jackson Hole.

O evento arranca esta quinta-feira, estando a intervenção de Powell agendada para o dia seguinte.

Apesar das mais recentes quedas do metal amarelo, os  "traders" mantêm-se otimistas. Uma amostra de gestores de ativos afirmou mesmo à Bloomberg que pretende ampliar a exposição no metal precioso nos próximos 12 meses.

China ofusca queda de "stocks". Petróleo em queda

O petróleo caminha para um terceiro dia de perdas, apesar dos mais recentes dados que apontam para uma queda dos "stocks" de crude nos EUA.

A preocupação em torno da deterioração económica da China, o maior importador de ouro negro do mundo, continua a dominar o sentimento de mercado, ofuscando outros fatores.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – negoceia na linha de água mais inclinado para terreno negativo (-0,01%) para 79,63 dólares por barril.

Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – recua 0,10% para 83,95 dólares por barril.

Segundo a associação representativa do setor, o American Petroleum Institute, os "stocks" de crude nos EUA registaram uma queda de 2,4 milhões na semana passada. Esta quarta-feira são divulgados os dados oficiais pela administração norte-americana.

Todos a postos para as contas da Nvidia. Europa aponta para verde e Ásia fecha mista

A Europa aponta para que a sessão comece no verde, enquanto a Ásia fechou mista. Os olhares viram-se para a Nvidia. A empresa publica esta quarta-feira os resultados, os quais serão uma prova de fogo ao entusiasmo bolsista em torno da inteligência artificial.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,3%.

Pela Ásia, na China, Hong Kong valorizou 0,44% enquanto Xangai recucou 0,3%.

No Japão, o Topix ganhou 0,5% e o Nikkei subiu 0,48%. Na Coreia do Sul, o Kospi cedeu 0,44%.

Os analistas preveem que os resultados da Nvidia referentes ao segundo trimestre, segundo o consenso compilado pela Bloomberg.

No mercado de opções, os investidores preparam-se para um movimento que esperam que possa chegar a um aumento do valor das ações de 10% , durante o dia de hoje.

Durante esta quarta-feira, pela Europa, além das contas da Nvidia, os mais recentes dados d índice de gestores de compras na Zona Euro e Reino Unido poderão  influenciar o sentimento de mercado.