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Europa sobe para máximos de mais de um ano, juros aliviam e petróleo cede terreno
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Europa sobe para máximos de mais de um ano
As ações europeias encerraram em alta pela segunda sessão consecutiva, atingindo o nível mais elevado em mais de um ano.
Os mercados accionistas foram impulsionados sobretudo pelo sector da tecnologia, que recuperou parte das perdas recentes, e pelo regresso do apetite dos investidores pelos ativos de maior risco, na sequência do alívio nos juros das Treasuries, depois das fortes subidas recentes.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, subiu 0,76% para 420,21 pontos, o valor de fecho mais elevado desde meados de fevereiro do ano passado.
Além do sector da tecnologia, que valorizou 2,52%, também o retalho (2,34%) e as utilities (2%) contribuíram para os ganhos.
Entre as ações individuais, a Pandora esteve entre os melhores desempenhos no Stoxx 600, subindo 7,2% após um aumento nas vendas em fevereiro e com a empresa a manter as perspetivas.
No polo oposto, a Continental caiu 7,2% após prever que a rentabilidade será contida este ano devido à escassez de semicondutores em toda a indústria.
Por cá, o PSI-20 valorizou 1,04% para 4.737,02 pontos, impulsionado pela forte valorização de mais de 4% da EDP.
Normalidade na oferta saudita e robustez do dólar quebram petróleo
O "ouro negro" segue a negociar no vermelho, numa sessão em que diminuíram os receios de perturbação da oferta na Arábia Saudita e em que a solidez do dólar também pesou, se bem que a nota verde esteja agora a ceder.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em abril cai 1,06% para 64,36 dólares.
Já o contrato de abril do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,72% para 67,75 dólares.
A diminuição de receios de uma perturbação na oferta do crude de Riade – uma vez que o ataque com drones e mísseis contra instalações petrolíferas sauditas por parte das forças rebeldes huti do Iémen não provocou danos de maior – esteve a pesar na tendência.
Também a valorização do dólar retira atratividade aos ativos denominados na nota verde, como é o caso do petróleo. A moeda norte-americana está agora a ceder nos ganhos, mas o índice do dólar já esteve hoje a negociar em máximos de três meses e meio.
"Os preços do petróleo estão a reagir ao banho frio de ontem. O declínio de segunda-feira ainda pode ser favorável, já que foi principalmente vinculado a alguma obtenção de lucro após uma recuperação longa e provavelmente muito rápida. Portanto, é crucial que o preço se mantenha acima dos mínimos desta manhã, que agora representam uma zona de suporte válida", comentou Carlo Alberto de Casa, analista chefe da ActivTrades, na sua análise diária.
Além disso, "pode haver alguma preocupação sobre a força da procura se o preço continuar a subir tão rapidamente. Nesse cenário, uma pausa na consolidação pode ser saudável para o petróleo, que até agora – apesar do declínio de ontem – está a manter intacta a tendência de alta dos últimos meses", acrescentou.
Juros aliviam após dois dias de subidas
Os juros da dívida soberana dos países do euro estão a aliviar após duas sessões de subidas, acompanhando a descida registada pelas yields do Tesouro dos Estados Unidos. Os juros das Treasuries registaram quatro sessões de fortes aumentos, e atingiram máximos de um ano, impulsionadas pelos novos estímulos da administração Biden, que intensificaram os receios relativos à subida da inflação.
Hoje, os juros da dívida dos Estados Unidos já estão a aliviar, motivando uma diminuição das taxas de juro a nível global.
Em Portugal, a yield associada às obrigações a dez anos recua 3,6 pontos para 0,258%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, a descida é de 3,5 pontos para 0,360%. Na Alemanha, os juros recuam 2,3 pontos para -0,302%.
Ouro ganha o máximo em dois meses com dólar fraco
O ouro subiu um máximo em dois meses na sessão de hoje, à boleia de um dólar mais fraco que alimenta o apetite pelo metal precioso.
Por esta altura, o ouro ganha 1,80% para os 1.713,76 dólares por onça, recuperando de mínimos de cerca de nove meses.
Euro interrompe ciclo de perdas face ao dólar
O euro interrompeu um ciclo de quatro quedas consecutivas face ao rival dólar norte-americano e a libra esterlina acompanha esta tendência.
"Embora sem desenvolvimentos significativos que possam explicar esta mudança de dinâmica, suspeita-se que os recentes ganhos do dólar, sustentados em grande parte por temores de inflação e subida dos yields das obrigações, poderão ter começado a perder força e que a vitalidade demonstrada pela moeda americana durante as últimas semanas pode ser apenas uma recuperação temporária, dentro de um contexto geral de baixa para o dólar", explica Ricardo Evangelista, analista da Activtrades, numa nota.
A moeda única europeia ganha 0,32% para os 1,1885 dólares, ao passo que a libra avança 0,49% para os 1,3892 dólares.
Tecnologia recupera em grande e verde retorna a Wall Street
A bolsa nova-iorquina abriu otimista, com os índices S&P500 e sobretudo o Nasdaq a mostrarem fortes ganhos. A aparente acalmia no mercado de obrigações está a eixar os investidores respirarem.
O industrial Dow Jones sobe 0,36% para os 31.909,17 pontos, o generalista S&P500 avança 1,14% para os 3.865,02 pontos e o tecnológico Nasdaq segue "na frente" com uma subida de 2,55% para os 12.930,88 pontos, depois de na sessão anterior ter afundado e ficado 11% baixo do máximo de sempre.
"O progresso no sestímulos fiscais dos Estados Unidos talvez tenha ajudado a estabilizar o apetite para o risco, mas o facto de as taxas de juro das obrigações terem estabilizado em torno de 1,6% também ajuda", comenta o Scotiabank, citado pela Blomberg.
No mundo empresarial, a Tesla destaca-se também com uma reviravolta pujante após cinco sessões consecutivas de quebras. A fabricante de carros elétricos dispara 6,69% para os 600,67 dólares.
Dolár interrompe ganhos
O dólar está a cair 0,46% para os 1.146,96 pontos de acordo com o Bloomberg Dollar Spot Index, depois de quatro sessões seguidas em alta.
Este ativo refúgio desce num dia em que os mercados recuperam algum otimismo, e os investidores acabam por se afastarem desta "segurança". A moeda única europeia está contudo a ganhar á nota verde, avançando 0,42% para os 1,1896 dólares.
Europa na corda bamba à espera de leilões de dívida nos EUA
A Europa segue com pouca direção, num dia em que se as obrigações norte-americanas continuam a tomar o centro das atenções e em que se aguardam os leilões de dívida nos Estados Unidos.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx 600,desce 0,01% para os 417,28 pontos. A maioria das principais praças europeias posicionam-se no verde, mas este não é um dia de grande convicção nas várias bolsas, que têm oscilado entre ganhos e quedas modestos. Frankfurt e Paris seguem a cair cerca de 0,1%, enquanto Londres e Madrid somam menos de 0,3%.
O otimismo é "permitido" num dia em que vão acontecer leilões de dívida nos Estados Unidos, o que deverá aumentar a volatilidade nos mercados. Estes ativos têm estado em foco tendo em conta que a subida dos juros incute o receio de que os bancos centrais recuem nos estímulos, mais preocupados com a evolução da inflaão.
Ouro recupera de deslize
O ouro está a valorizar 0,77% para o 1.696,50 dólares por onça, depois de na última sessão ter afundado 1% e ter tocado um mínimo de nove meses, do qual se mantém, agora, próximo.
O metal amarelo recupera algum ânimo hoje que é um dia mais risonho para os mercados: na Ásia multiplicaram-se as subidas, nos Estados Unidos a tecnologia dá melhores sinais e na Europa não se perspetivam, pelo menos, quedas relevantes. Os juros das obrigações soberanas norte-americanas, cujas subidas têm preocupado, estão hoje em declínio.
Juros do Tesouro brilham menos
Os juros das obrigações a dez anos de Portugal estão a aliviar, depois de duas sessões consecutivas de agravamento. Esta terça-feira descem 2,2 pontos base para os 0,275%. Na Alemanha, que serve como referência para a Europa, a tendência é, mais uma vez, semelhante. A remuneração das bunds cai 2,6 pontos base para -0,304%, contrariando as mesmas duas sessões.
Nos Estados Unidos, cujas obrigações têm estado debaixo dos holofotes, o alívio é ainda maior, de 5,3 pontos base para os 1,539%, depois de quatro sessões seguidas de fortes subidas nos títulos com prazo a 10 anos.
Brent afasta-se dos 70 dólares
O petróleo continua a corrigir dos máximos de janeiro de ano passado, que foram atingidos ontem devido aos ataques sem sucesso a instalações petrolíferas da Arábia Saudita.
A correção iniciou-se ontem à tarde e prossegue na abertura da sessão desta terça-feira, com o Brent em Londres a ceder 0,7% para 67,76 dólares e o WTI em Nova Iorque a cair 0,86% para 64,49 dólares. Ontem o Brent atingiu um máximo de mais de 13 meses acima dos 70 dólares.
A matéria-prima está a ser pressionada pelas expetativas de subida da inflação devido ao pacote de estímulos dos Estados Unidos, sobretudo porque este cenário está a dar força ao dólar, o que retira atratividade ao investimento em matérias-primas.
Ontem de manhã os preços dispararam, devido a um ataque com drones e mísseis contra instalações petrolíferas sauditas por parte das forças rebeldes huti do Iémen.
Carlo Alberto de Casa, analista chefe da ActivTrades, refere na sua análise diária que embora a perspetiva para os preços do petróleo permaneça altista, será de esperar alguma tomada de mais-valias, "já que os indicadores técnicos estão a mostrar que está sobre-comprado".
Fundos chineses socorrem bolsa. Tecnologia reergue-se
As bolsas asiáticas uniram-se no verde, depois de fundos estatais chineses terem vindo em auxílio. Do outro lado do Pacífico, a tendência ainda é de quebra, mas a tecnologia está a recuperar das descidas pesadas da última sessão.
O Hang Seng de Hong Kong somou 0,9%, o australiano S&P/ASX 200 avançou 0,5% e o japonês Topix valorizou 1,3%. A coreia do Sul destoou, com o Kospi a cair 0,4%. Na China, o CSI 300 chegou a perder mais de 3%, até que fundos estatais decidiram intervir para assegurar uma maior estabilidade, pelo que este índice terminou com uma quebra de apenas 0,9%.
Nos Estados Unidos, o S&P500 segue com uma queda de 0,5% mas os futuros do Nasdaq 100 sobem 1,1%, depois de ter afundado esta segunda-feira e já se encontrar posicionado 11% abaixo dos recordes atingidos em fevereiro. Na Europa, as cotações mostram-se pouco alteradas na pré-abertura.
"Acreditamos que nesta altura veremos rotações apenas porque o mercado está a incorporar muitas notícias positivas", prevê a Tribeca Investment Partners, em declarações à Bloomberg.